António Costa discursou, ao final da manhã desta segunda-feira, na cerimónia de assinatura de protocolos sobre a reabilitação de edifícios, tendo lembrado a existência de "um programa especial para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com mais de 250 milhões de euros para financiar operações integradas de intervenção sobre as manchas de pobreza".
"Nas áreas metropolitanas temos um forte contraste: temos também os setores mais dinâmicos da sociedade onde mais se concentra a riqueza, mas temos também zonas de grande fratura social que requerem operações integradas", apontou o primeiro-ministro.
Nestas operações, prosseguiu o chefe do Governo, cabem intervenções "físicas, no edificado", mas também as que estão relacionadas com a "qualificação das pessoas, a empregabilidade, o reforço da capacidade de intervenção das escolas, o combate às dependências".
Na "segunda linha de intervenção", António Costa apontou "o desenvolvimento da rede de transporte público". No Porto, "há três intervenções particularmente relevantes", uma nova linha de metro e uma linha em BRT na zona do Campo Alegre e "o financiamento, em mais de 90 milhões de euros, para a renovação e modernização da frota do transporte rodoviário nas áreas metropolitanas".
Em terceiro lugar, "para todo o país", há "um esforço de investimento muito grande em parceria com as IPSS, as Misericórdias e as cooperativas", com vista a encontrar novas respostas sociais "em particular para a população mais idosa que, como temos visto ao longo de toda esta pandemia, está numa situação particularmente vulnerável".
Além destas metas, o primeiro-ministro ressalvou ainda "uma componente fundamental, que é uma vulnerabilidade muito grande que o país tem na área da habitação". "Há uma falha de mercado grave que é necessário suprir", sublinhou, acrescentando que "em todos os países da Europa, por mais ricos que sejam, há uma política pública de habitação que responde não só à classe média, mas também às necessidades da habitação social".
"Nós não somos diferentes em relação aos outros países da Europa e precisamos mesmo de uma política pública de habitação", advogou, considerando que tal afirmação "não é surpresa para nenhum autarca".
A "nova geração de políticas de habitação" tem "uma grande oportunidade através do Programa de Recuperação e Resiliência". São "1.251 milhões de euros a serem investidos nos próximos seis anos exclusivamente nas respostas em matéria de habitação social", terminou.
[Última atualização às 13h08]