"Atitude de Costa foi vergonhosa e seria imperdoável em tempos normais"
Os visados pelas palavras do primeiro-ministro, ontem, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, já reagiram. Poiares Maduro é o único que não tenciona apresentar queixa-crime contra António Costa.
© Facebook / Ricardo Batista Leite
Política PSD
A conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, era sobre o estado da pandemia em Portugal. Mais concretamente sobre as medidas a aplicar nos próximos dias para conter o crescimento de casos e internamentos que se tem verificado, nos últimos dias, em Portugal. Contudo, António Costa apontou também o dedo aos sociais-democratas Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro e Ricardo Batista Leite, acusando-os de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
As palavras do primeiro-ministro não caíram bem e, pouco depois, o PSD reagia com uma queixa-crime contra António Costa, junto do Ministério Público, acusando-o de ter feito “um exercício delirante e inaceitável das funções de primeiro-ministro”.
Mas e o que dizem os visados das críticas do Chefe do Governo?
Paulo Rangel reagiu na sua página de Facebook. Além de partilhar o comunicado do PSD onde o partido anuncia a queixa-crime, o eurodeputado salienta que “felizmente, num Estado de Direito, os textos legislativos desmentem facilmente palavras vãs. Mesmo quando proferidas por primeiros ministros, as palavras ainda não valem mais do que as leis”.
Já o deputado Ricardo Batista Leite descreveu a atitude de António Costa como “vergonhosa” e garante que se fosse noutra altura, sem Covid-19, esta seria “imperdoável".
“A atitude do primeiro-ministro foi vergonhosa e seria imperdoável em tempos normais. Mas a pandemia está descontrolada e há vidas em jogo. Por isso continuarei a apresentar propostas assentes na ciência, a defender o país e a trabalhar como voluntário no covidário do hospital. O que fará o primeiro-ministro?”, escreveu na sua conta de Twitter.
Por sua vez, Miguel Poiares Maduro agradeceu, também no Twitter, a “solidariedade” do partido, mas deixou claro que não tenciona apresentar qualquer queixa-crime contra o primeiro-ministro.
“Acredito que em democracia não há forma mais forte de censura do que a que tem lugar na política”, atirou o antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.
"A única dúvida é quantas vezes a ministra da Justiça mentiu"
As acusações de António Costa surgiram depois de este ser questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da escolha do procurador europeu José Guerra e sobre a situação da ministra da Justiça neste processo.
Confrontado com este tema, além de acusar os três militantes do PSD de “liderarem uma campanha internacional contra Portugal”, o primeiro-ministro reafirmou a confiança em Francisca Van Dunem e garantiu estar de “consciência tranquila”, pois o tema “não tem a menor relevância política”.
Mas Rui Rio não acha o mesmo. No Twitter, sublinhou a necessidade de averiguar “quantas vezes a ministra da Justiça mentiu ao tentar encobrir a fraude” porque, afirma, “não há dúvida que mentiu”. Além disso, de acordo com o líder social-democrata, não há também “dúvida que, neste Governo, falsear dados e mentir constituem uma irrelevância, tal como a opinião do Presidente da República”.
Quem também reagiu foi o deputado Duarte Marques. De acordo com o parlamentar a declaração do primeiro-ministro foi uma “vergonhosa acusação”.
Já o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, António Leitão Amaro, escreveu nas redes sociais que o “ataque de António Costa é muito triste, uma vergonha que não tem lugar em democracia”.
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