"Não é uma ideia tola que o executivo peça um estudo para fazer a reconversão daquele terreno, numa perspetiva de longo prazo", afirmou na reunião de hoje do executivo de Matosinhos, insistindo o autarca que "pode ser usada pela câmara como arma de negociação".
A presidente da câmara, Luísa Salgueiro, esclareceu que, no âmbito do conselho consultivo criado para refletir sobre o encerramento da refinaria, "ainda não houve tempo" para ser elaborada "uma proposta", mas assegurou que esta "vai existir e que chegará ao Governo".
O vereador da CDU, José Pedro Rodrigues, apelou para "que não seja desperdiçada nenhuma das oportunidades no que diz respeito à utilização daquele terreno e à finalidade com que ele está consagrado no contexto do desenvolvimento económico do concelho".
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos, distrito do Porto, este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Na reunião de hoje foi ainda aprovado por unanimidade não conceder tolerância de ponto na segunda-feira a seguir à Páscoa e, tal como em 2020, cancelar a romaria do Senhor de Matosinhos, ambas as decisões ponderadas no contexto da covid-19.
O vice-presidente, Fernando Rocha, assinalou que em 2021 se "comemora 700 anos sobre o primeiro escrito que refere a existência da festa", que a romaria "atrai peregrinos, inclusive, da Galiza" e que em 2019 "as estimativas da polícia apontaram para cerca de dois milhões de pessoas que passaram pela festa".
Enfatizando, por isso, a impossibilidade de a romaria decorrer nos mesmos moldes, Fernando Rocha avançou que a câmara está a preparar iniciativas alusivas ao evento, que poderão decorrer em formato online, e que irá ser publicado um livro sobre a romaria.