Numa iniciativa sobre o aumento do preço de combustíveis, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado pelos jornalistas sobre a decisão tomada na quinta-feira pelo Governo de proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fins de semana, a partir das 15:00 de hoje, devido à subida dos casos de covid-19 neste território.
"O Governo falhou na comunicação no pós-confinamento, isso fez com que não planeasse devidamente os fenómenos sociais, e houve vários na AML, e isso fez com que as regras não fossem cumpridas. Fez com que chegássemos a um descontrolo na AML", afirmou.
Perante esse cenário, acrescentou, o líder do CDS-PP considerou "evidente que têm de ser adotadas medidas localizadas que impeçam que todo o país seja forçado a recuar no desconfinamento".
"Tudo deve ser decidido com base no bom senso: não percebo como é que casamentos e cerimónias não estão excecionados no quadro das regras para o próximo fim de semana, já que são eventos altamente regulados, com regras restritivas, que estavam agendados há muito tempo e que penalizam as famílias ao terem de ser adiados sem data", disse.
Questionado sobre as diferentes posições de primeiro-ministro e Presidente da República sobre o desconfinamento, Rodrigues do Santos considerou que "tem que existir alguma flexibilidade nos dados de saúde pública" nesta fase.
"Sabemos que setores da sociedade mais vulneráveis e mais expostos aos vírus já estão vacinados, os indicadores de infetados e de transmissibilidade não têm o mesmo significado na mortalidade e nos cuidados intensivos que tinham antes", disse.
Para o líder do CDS-PP, "o Governo tem de trabalhar bem dentro da meta que o Presidente da República definiu, que não demos um passo atrás".
"Comunicar bem, planear todos os eventos que terão lugar no espaço público e ter mecanismo para os fiscalizar. São verdadeiramente complementares estas duas opiniões", disse.
No parlamento, o CDS-PP tinha criticado hoje as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando disse que no que depender dele não haverá "volta atrás" no desconfinamento, considerando-as de "uma enorme infelicidade", lamentando também a "comunicação desastrosa" do Governo.
"Se a frase do senhor Presidente da República segundo a qual 'não há volta atrás' é, no mínimo, de uma enorme infelicidade, porque contraditória com tudo o que tinha sido dito antes, o 'ping pong' que se seguiu entre PR e primeiro-ministro do tipo 'quem manda sou eu, quem manda és tu' foi absurdo. Digo-o nos mesmos termos em que no passado critiquei o excesso de 'Dupond e Dupont' entre ambos", criticou Telmo Correia, no arranque da interpelação ao Governo requerida pelo CDS-PP.
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