"Condeixa-a-Nova não tem um equipamento cultural no qual possa realizar um evento cultural de média ou grande dimensão", lamentou à agência Lusa Carlos Fontes, de 47 anos, que aceitou liderar a candidatura da coligação PCP/PEV para terminar com os "vícios de governação" do PS, que governa o concelho desde o pós-25 de abril de 1974.
O candidato, que é assistente técnico na Agência para a Modernização Administrativa, aposta na criação de espaços culturais, que "são deficitários" no concelho e na construção imediata do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova, que marca passo há quatro anos.
"Antes das últimas eleições autárquicas, o atual presidente, com pompa e circunstância, foi colocar a primeira pedra no futuro quartel da corporação, mas passados quatro anos a primeira pedra é a única coisa que existe, juntamente com erva e ovelhas a pastar", denuncia.
O dirigente sindical e conselheiro nacional da CGTP denuncia ainda que o concelho não tem um programa de habitação social e que a última aposta nessa área remonta "ao final da década de 70" do século passado, situação que pretende reverter se for eleito.
O cabeça de lista da CDU considera que o atual poder socialista "não tem uma política para que as pessoas com mais baixo rendimento possam adquirir casa", ao mesmo tempo que o concelhio sofre "um processo de especulação imobiliária", que obriga as pessoas a procurar outras zonas para residirem.
O candidato coloca também, entre as suas prioridades, a apresentação célere da candidatura das ruínas romanas de Conímbriga, ex-libris do concelho, a Património Mundial da UNESCO.
"Foi através de uma moção da CDU, aprovada em 2013 na Assembleia Municipal, que ficou deliberado apresentar-se a candidatura à UNESCO, mas passados estes anos o processo não está concluído", sublinhou.
A reformulação da rede de transportes, que "já não serve o concelho, sobretudo as pessoas de mais idade", é outra das áreas em que Carlos Fontes pretende intervir.
A Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova é liderada pelo PS, partido que em 2017 alcançou cinco mandatos contra dois do PSD.
Nas eleições agendadas para 26 de setembro, os socialistas recandidatam o atual presidente da Câmara, Nuno Moita, enquanto o PSD volta a apostar em Nuno Mendes Claro, que também se recandidata.
O Chega candidata Octávio Ferreira, gestor de empresas de marketing, e o BE Fernando Silva, que trabalha na área das terapias holísticas.
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