Falando em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, num comício de apoio ao presidente do município, Eduardo Vítor Rodrigues, candidato a um novo mandato, António Costa aludiu às críticas que tem recebido nos últimos dias, nomeadamente do PSD, por estar a falar das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) durante a campanha autárquica.
"Deixemos os outros entretidos com os seus problemas e com o facto de terem de se dedicar a perder todo o seu tempo, em vez de dizerem aos portugueses o que é que querem fazer, [a] dizerem aos portugueses o que é que não querem que o PS faça. Pois eles que percam esse tempo, pois nós vamos fazer o que nos compete, que é dar execução ao PRR", afirmou.
Destacando que o PS "não tem problemas para resolver", nem tem de "perder tempo" consigo próprio, o também primeiro-ministro salientou que o partido tem de se concentrar "nos problemas de Portugal, das portuguesas, dos portugueses".
"É isso que o país precisa para andar para a frente, para crescer, para ter mais e melhor emprego, melhores salários, maior prosperidade, melhor qualidade de vida. É esse o nosso trabalho e é aí que nós estamos focados, e que vamos continuar a estar focados", salientou.
António Costa reiterou assim que é preciso utilizar o PRR para fazer com que o país vá "mais rápido" e "mais além", e afirmou que Portugal tem de estar "na linha da frente" do esforço de reindustrialização da Europa.
"Porque nós ainda temos o saber, as competências, os recursos humanos e as indústrias que o podem fazer. Foi assim com as máscaras: fomos dos primeiros que conseguimos começar a produzir máscaras, porque ainda temos uma indústria têxtil que, quando pararam as encomendas das camisas, dos fatos e das calças, rapidamente transformou as suas linhas de contagem para produzirem as máscaras que tanta falta faziam", lembrou.
O socialista afirmou que a Área Metropolitana do Porto deve participar nesse esforço de reindustrialização por ter densidade populacional, "recursos humanos de excelência", "centros de produção de conhecimento de excelência" e uma "base industrial de excelência".
"São essas forças que nós temos de mobilizar para dar um impulso económico muito forte ao nosso país", indicou.
O cabeça de lista do PS em Vila Nova de Gaia também endereçou fortes críticas à oposição.
Intervindo antes do secretário-geral, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que, enquanto António Costa apoia os seus candidatos durante a campanha, no Partido Social-Democrata há "um conjunto de gente a apoiar cada um dos candidatos não a pensar no dia das eleições, mas a pensar na noite do dia das eleições, altura em que as facas vão cortar nas costas de Rui Rio".
"E quero por isso dizer ao Dr. Paulo Rangel - que é gaiense - que pare de fazer queixinhas em Bruxelas, porque aquilo que António Costa conquistou há um ano com uma negociação intensa não lhe pode fazer sombra nem fazer comparação com aquilo que Pedro Passos Coelho conquistou junto da 'troika' há 10 anos, penalizando os nossos portugueses", salientou.
Nos últimos dias, PSD, PCP, BE, CDS-PP, PAN e Chega têm criticado António Costa por estar a prometer milhões do PRR às autarquias durante a campanha para as eleições autárquicas do próximo dia 26.
Na terça-feira, o líder social-democrata, Rui Rio, afirmou, na Guarda, que "não é correto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PS" ao falar destas verbas.
"O primeiro-ministro, o PS não têm feito outra coisa que não chegar aos diversos concelhos e dizer que têm não sei quantos milhões para ali", criticou novamente Rui Rio na quinta-feira.
António Costa dedicou hoje o seu dia de campanha ao distrito do Porto, tendo percorrido oito concelhos.
Durante o dia, o secretário-geral esteve em Marco de Canaveses, Penafiel, Valongo, Maia, Matosinhos, Gondomar e Vila Nova de Gaia.
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