Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma reunião extraordinária da Concertação Social por causa das consequências da guerra na Ucrânia, em que o Governo também se fez representar pelos ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, das Finanças, João Leão, do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Interrogado se Portugal vai defender que os Estados-membros da União Europeia alinhem com os Estados Unidos na adoção de um embargo imediato às importações de petróleo e de gás proveniente da Rússia, o líder do executivo demarcou-se dessa perspetiva e considerou essencial "medir-se as sanções que se vão aplicando" ao regime de Moscovo "com uma dupla dimensão".
"Temos de medir aquilo que é mais efetivo na pressão sobre a Rússia, mas também medir os efeitos de ricochete que cada uma dessas medidas tem também nas nossas economias e na vida das nossas sociedades", respondeu.
António Costa referiu que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no sentido de decretar um embargo à compra de petróleo da Rússia, "não é algo que afete diretamente Portugal".
"Mas o efeito imediato [dessa decisão norte-americana] foi uma subida de 7% do preço do petróleo. Portanto, temos de ter em conta que cada medida que adotamos é uma medida que tem consequências que não se esgotam na Rússia", advertiu.
Neste contexto, o primeiro-ministro defendeu que se "deve procurar ter a capacidade de identificar as medidas que maximizam a pressão sobre Rússia com o menor efeito possível sobre o conjunto da economia europeia, designadamente também sobre a economia portuguesa".
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