Na sua mais recente intervenção no programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias, Mariana Mortágua traz à discussão o Batalhão Azov, um regimento da Guarda Nacional composto por nacionalistas e extremistas de direita que tem vindo a contribuir para a defesa, nomeadamente, da cidade de Mariupol, no contexto da invasão russa sobre a Ucrânia.
Segundo a bloquista, este Batalhão Azov trata-se, na verdade, de um "batalhão de neonazis e de supremacistas", cujo líder terá já defendido que "o propósito da Ucrânia é liderar as raças brancas no Mundo, numa cruzada final contra raças inferiores, lideradas pelos judeus".
Mariana Mortágua acusa, de seguida, este grupo organizado por uma "guerra civil contra a Rússia nas zonas de leste da Ucrânia", em 2014, tendo nessa ocasião cometido "crimes de guerra, violações e torturas", aponta, citando a Organização das Nações Unidas (ONU).
Na perspetiva da bloquista, este batalhão tem também sido o responsável, "juntamente com outros batalhões análogos, de extrema-direita", todos eles "integrados no exército ucraniano" desde 2014, pelo treino de diversos "grupos de extrema-direita, inclusive portugueses". A Ucrânia tem sido, desde então, "ponto de treino" para diversos grupos organizados com tais posições ideológicas.
Fazendo referência à autorização, dada pelo Tribunal de Instrução Criminal, para que Mário Machado pudesse ir combater para a Ucrânia, ficando isento de cumprir a medida de coação de apresentações quinzenais numa esquadra da polícia enquanto estiver nesse país, Mariana Mortágua aponta que a mesma é "incompreensível".
"Permitir que um criminoso condenado por crimes de ódio, crimes violentos, e que está neste momento com uma medida de coação, nomeadamente por posse ilegal de arma, vá de arma na mão combater numa guerra na Ucrânia, é incompreensível", refere a deputada.
Na sua ótica, é "incompreensível" que "alguém possa escapar à sua medida de coação ou à sua pena, se for esse o caso", para ir combater. Isto quando se sabe que o que está em causa é uma tentativa de "escapar à justiça" ou, então, uma estratégia de "marketing para legitimar um neonazi com crimes de ódio".
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