"Acho que é uma composição equilibrada e que nos levanta a maior das expectativas", afirmou o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, em declarações à margem de um encontro, no Porto, entre autarcas da AMP e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na terça-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a orgânica do XXIII Governo Constitucional, com 17 ministros e 38 secretários de Estado, menos 20% de governantes face ao executivo cessante.

À Lusa, o autarca, que lidera também o município de Vila Nova de Gaia, sublinhou a importância, para os municípios, dos ministérios do Ambiente, da Administração Pública e da Coesão Territorial, que tutelam áreas como os transportes ou os fundos comunitários.

"Acredito muito que o novo ministro do Ambiente é fundamental para a vida dos municípios porque tutela, entre outras coisas, os transportes, e o próprio reforço de poderes da ministra Mariana Vieira da Silva na relação com os fundos comunitários, particularmente no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e da ministra Ana Abrunhosa cria-nos enormes expectativas, porque são pessoas já com provas dadas", observou.

Segundo a composição do novo Governo, Duarte Cordeiro sucede a João Pedro Matos Fernandes como ministro do Ambiente e Ação Climática, enquanto Mariana Vieira da Silva, que sobe a "número dois" na hierarquia do Governo, mantém a pasta da Presidência, acumulando com as áreas do Planeamento e da Administração Pública.

Já o Ministério da Coesão Territorial continua a estar sob a alçada de Ana Abrunhosa.

Este é o terceiro Governo chefiado por António Costa e o seu primeiro com maioria absoluta. Pela primeira vez, a composição de um executivo conta com mais mulheres do que homens, excluindo o primeiro-ministro.

A composição do novo Governo conhecida esta terça-feira não surpreendeu Eduardo Vítor Rodrigues que considera que a mesma era expectável.

"O Governo que surgiu não foi nada surpreendente, mesmo a questão do ministro da cultura foi mais emergente, mas era um governo relativamente expectável, não houve nenhuma novidade extraordinária", disse, mostrando-se confiante numa "boa legislatura".

Há novos titulares nas Finanças (Fernando Medina), nos Negócios Estrangeiros (João Gomes Cravinho), na Defesa (Helena Carreiras), na Administração Interna (José Luís Carneiro), na Justiça (Catarina Sarmento e Castro), na Economia e Mar (António Costa Silva), nos Assuntos Parlamentares (Ana Catarina Mendes), na Ciência e Ensino Superior (Elvira Fortunato), na Educação (João Costa) e no Ambiente (Duarte Cordeiro).

Continuam no executivo, e nas mesmas pastas, Mariana Vieira da Silva (Presidência), Marta Temido (Saúde), Ana Mendes Godinho (Segurança Social e Trabalho), Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), Maria do Céu Antunes (Agricultura) e Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação).

Abandonam o Governo 11 ministros: Alexandra Leitão, Graça Fonseca, Francisca Van Dunem, João Leão, Augusto Santos Silva, Pedro Siza Vieira, Nelson de Souza, Matos Fernandes, Manuel Heitor, Tiago Brandão Rodrigues e Ricardo Serrão Santos.

A competência de Alexandra Leitão, que no anterior Governo era ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, foi sublinhada pelo presidente da AMP que destacou a sua "grande" competência técnica e jurídica, a par da "excelente" relação com os autarcas.

"Agora o que se espera é que a ministra Ana Abrunhosa faço o mesmo", rematou.

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