Diz o protocolo que membros do Governo e o presidente da Assembleia da República não devem aplaudir o discurso de chefes de Estado convidados para falar no hemiciclo. Mas, se Augusto Santos Silva acabou por aplaudir o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assim como outros ministros na bancada do Governo, o primeiro-ministro cumpriu à risca o dogma e manteve as mãos firmemente quietas.
Cumpriu... Desta vez. O passado de António Costa no que diz respeito aos seus aplausos não é 'incólume'.
Segundo a CNN Portugal, o Parlamento acolheu o rei de Espanha, Felipe VI, em novembro de 2016. Nessa intervenção, perante a ausência de palmas dos partidos à Esquerda do Partido Socialista, Costa levantou-se e aplaudiu o monarca do outro lado da fronteira.
Dois anos depois, em 2018, a Assembleia da República recebeu o presidente de Angola, João Lourenço, e, diz também a CNN, o Governo aplaudiu de pé, unanimemente.
O protocolo em torno dos aplausos no Parlamento tende a ser respeitado pelo Governo, em cerimónias oficiais. Por exemplo, nas cerimónias do 25 de Abril, o Executivo deve evitar demonstrar apoio às intervenções vindas do púlpito acima das suas cabeças.
Na intervenção de Volodymyr Zelensky, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentas, Ana Catarina Mendes, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, também se abstiveram de aplaudir.
Nas imagens do Parlamento, é possível ver que Helena Carreiras ainda se preparou para aplaudir, mas o olhar reprovador do primeiro-ministro demoveu-a.
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