Nuno Melo, que visitou hoje a Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, afirmou que, num país em que os recursos "são muito escassos", o parlamento deveria "investir todo o seu esforço, mais que não fosse, numa rede de cuidados paliativos nacional, digna desse nome".
Para o líder centrista, a decisão política tomada na quinta-feira insere-se "numa escala de prioridades que é completamente errada" e o CDS, que "faz muita falta" na Assembleia da República, "não teria qualquer dúvida".
"O nosso compromisso é com a vida, é com aquelas pessoas que, infelizmente, estando doentes, querem ter qualidade de vida até ao dia da inevitabilidade da morte", disse.
Nuno Melo salientou que num país "onde falta tanta coisa, como é o caso de Portugal, são, infelizmente, muitas as pessoas que, estando doentes, querem viver", não encontrando a dignidade que merecem numa rede de cuidados paliativos.
"Pelo contrário, aquilo a que assistem é a um parlamento a legislar a favor da morte", acrescentou.
A Assembleia da República aprovou quinta-feira, na generalidade, os quatro projetos de PS, BE, IL e PAN que regulam a despenalização da morte medicamente assistida e seguem agora para o trabalho na especialidade.
Na votação dos quatro diplomas posicionaram-se a favor a maioria dos deputados da bancada do PS e ainda o BE, Iniciativa Liberal e os deputados únicos do Livre, Rui Tavares, e do PAN, Inês Sousa Real.
As bancadas do Chega, do PCP e a esmagadora maioria dos deputados do PSD votaram contra.
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