A questão do aeroporto foi um dos temas em debate na Assembleia Municipal de Alcochete, na quinta-feira à noite, tendo o presidente do executivo camarário, Fernando Pinto, explicado a questão do anúncio relativo à decisão sobre a nova localização do aeroporto assim como a sua revogação.
Na quinta-feira de manhã, o primeiro-ministro determinou ao ministro das Infraestruturas a revogação do despacho publicado na quarta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa visando a construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' (único) no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas, e reafirmou que tem de ser negociada e consensualizada com a oposição.
Durante a tarde, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, responsabilizou-se por "erros de comunicação", mas afirmou que iria manter-se em funções.
Em resposta a uma deputada municipal do partido socialista, o presidente da autarquia de Alcochete, também do PS, começou a sua explicação dizendo que "ainda ontem [quarta-feira] Alcochete tinha dois aeroportos e hoje [quinta-feira] já não tem nenhum".
Fernando Pinto disse ainda que a autarquia esteve presente numa reunião com o ministro Pedro Nuno Santos, na qual lhe foi transmitida a decisão de avançar com a construção de uma pista na base aérea do Montijo, como complementar ao aeroporto da Portela, e de iniciar negociações com a ANA - Aeroportos de Portugal no sentido de avançar com a construção de uma cidade aeroportuária no Campo de Tiro.
O presidente da autarquia adiantou que ficou agradado com o facto de Alcochete integrar esta solução, embora tenha assegurado desconhecer os pormenores da solução.
Face à revogação do despacho do ministro com o fundamento de querer ouvir a oposição, Fernando Pinto disse que considera esta uma decisão acertada.
"O ministro revoga e fundamenta que quer ouvir a oposição e particularmente o líder do principal partido da oposição. O que acho, como achava há 15 dias, é que é uma decisão acertada e inteligente por parte do primeiro-ministro", disse.
Fernando Pinto defende que esses passos devem ser dados, assim como devem ser cumpridos todos os pressupostos legais em vigor com particular destaque "para a preservação da segurança das pessoas e do seu bem-estar, quer seja em Alcochete, quer seja na base aérea do Montijo, ou em Beja, ou seja onde for".
"Se for no Montijo ou no Campo de Tiro, que não se coloque em causa o que de mais valioso Montijo e Alcochete têm que são os recursos naturais", frisou.
A questão do aeroporto foi também tema em debate na reunião de Assembleia Municipal do Barreiro, um dos cinco concelhos a quem foi pedido parecer sobre a sua localização no Montijo.
O presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Frederico Rosa (PS), disse ter ficado contente por estar de volta ao debate a questão da terceira travessia do Tejo e que quando a autarquia for chamada para se pronunciar sobre o processo que o fará defendendo os interesses do concelho.
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