Críticas a Costa? Artigo de Cavaco Silva é "vazio" e "não adiantou nada"
"O artigo de Cavaco Silva é um protesto por reformas que ele não enuncia", considerou Francisco Louçã.
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Política Francisco Louçã
O antigo dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou, esta sexta-feira, que o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, "não adiantou nada" ao criticar o primeiro-ministro, António Costa, e pedir reformas decisivas.
Em causa está um artigo de opinião, publicado no jornal Público, em que Cavaco Silva acusou o primeiro-ministro e o Governo de "imobilismo" que impede reformas.
"O artigo de Cavaco Silva é um protesto por reformas que ele não enuncia. Há uma espécie de mito em Portugal, que é que são ‘precisas reformas’ de gente que muito repete a frase, sem nunca dizer o que é que quer", começou por reagir o político no seu espaço de comentário na SIC Notícias.
Para Louçã, a temática das reformas "torna-se um discurso vazio" e uma "espécie de cântico de claque de futebol". "Cavaco Silva não adianta nada", frisou.
Ao ter "introduzido um elemento político surpreendente" e "elogiado" o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, Cavaco Silva terá tentado "pressionar" o primeiro-ministro.
No artigo, Cavaco Silva recordou a questão do anúncio do novo aeroporto de Lisboa sem autorização do primeiro-ministro, que considerou ser "uma afronta política". "Quem já exerceu essa função sabe que o primeiro-ministro não podia deixar de demitir o ministro. Ao não fazê-lo, evidenciou falta de força política - a razão é ainda uma incógnita -, pondo em causa a sua autoridade e, ao mesmo tempo, atingindo a credibilidade do Conselho de Ministros e o respeito pela colegialidade que o deve caracterizar. O ministro, por sua vez, saiu inequivocamente reforçado como candidato à sucessão do primeiro-ministro como líder do PS", analisou o ex-chefe de Estado.
No entanto, considerou Louçã, "o artigo que tem esta leitura de pressão sobre o primeiro-ministro tem sobretudo um enorme vazio porque não trata de nenhuma das questões sociais importantes". E acrescentou: "Há uma que é difícil que Cavaco Silva não tivesse de tratar. Na verdade porque se pode presumir que ele, como outros líderes de direita estão de acordo com o Governo, que é as pensões".
Sublinhe-se que Cavaco Silva defendeu que o primeiro-ministro e o Governo devem sair "da situação de imobilismo" para realizarem as reformas decisivas e colocar a economia portuguesa numa trajetória de crescimento sustentável.
O antigo chefe de Estado lembrou que, em abril, tinha estimado que "ao fim de seis meses de vida do Governo de maioria absoluta do PS, talvez já existisse informação objetiva que possibilitasse uma avaliação da sua coragem política para fazer as reformas decisivas para colocar a economia portuguesa numa trajetória de crescimento sustentável superior à dos países da União Europeia nossos concorrentes".
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