Chega acusa Governo de "ilusão, engano e falsidade"

O líder do Chega considerou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 é caracterizada pela "ilusão, engano e falsidade" e apelidou o ministro das Finanças, Fernando Medina, de "cativador geral do reino".

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Lusa
27/10/2022 17:25 ‧ 27/10/2022 por Lusa

Política

OE2023

"Este orçamento tem três palavras: ilusão, engano e falsidade. É isto que caracteriza este orçamento socialista", afirmou André Ventura no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para o próximo ano, no parlamento.

O presidente do Chega considerou que "este Governo está barricado num mau orçamento para o país, barricado na maioria absoluta que adquiriu em janeiro e barricado porque não quer nem vai ouvir nenhum outro português que não seja a vontade do PS".

Apontando que "durante vários séculos houve em Portugal uma figura que era o inquisidor geral", alguém que "policiava os comportamentos, as contas e os vários gestos", Ventura referiu que atualmente existe "o cativador geral do reino", por "ordem de António Costa".

"O cativador geral é Fernando medina, que apresenta aos portugueses um orçamento de expansão, de crescimento e que não é de austeridade, mas não disse o mais importante, que 15% do orçamento dos serviços está cativado à partida, que 2,5% de cada uma das rubricas de despesa está à partida também cativo, que qualquer contrato de serviços que queira ser feito na administração está cativo e sujeito às mesmas regras, que há milhões de dotações centralizadas que dependem de autorização do ministro das Finanças", sustentou.

André Ventura criticou que "este é um orçamento de fraude e de ilusão", indicando que "é a primeira vez desde 2013 que quem aufere o salário mínimo vai perder poder de compra", assim como "mais de 70% dos funcionários públicos".

"Este é o orçamento da TAP, do Novo Banco, da EDP, mas não é o orçamento dos mais pobres nem dos mais desfavorecidos", criticou.

Defendo que era possível "fazer muito mais", o presidente do Chega defendeu que, "com a receita fiscal obtida só nos últimos oito meses", o Governo poderia "dar o dobro às famílias e às empresas".

E lamentou que "só há umas famílias que estão em primeiro, as famílias do PS, que sempre hão de estar em primeiro para o Orçamento do Estado.

André Ventura acusou também o Governo de apresentar "um orçamento de contas erradas e previsões mal feitas", e indicou que, atualmente, "o Estado deve 800 milhões de euros de pagamentos em atraso".

E criticou que, ao mesmo tempo, o Governo "não quer baixar o IVA nem dos combustíveis nem da eletricidade", gosta de "malhar nos empresários", e "vai cobrar mais 13 milhões de euros em radares de velocidade nas estradas".

"As empresas não podem aumentar salários, não podem adquirir mais, não podem contratar mais se os senhores não forem pessoas de bens e não lhes pagarem o que têm que pagar", salientou o líder do Chega.

Depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter citado Jorge Palma na abertura do debate, na quarta-feira, para dizer que o Governo "não vai parar", André Ventura citou uma outra música, "eles já estão fartos".

"Eles já estão fartos de saber o que queres deles, eles já estão fartos de saber quem quer vendê-los, eles já estão fartos de ouvir dizer que tem que ser, eles só queriam agora tentar viver de maneira diferente, de uma maneira qualquer", disse, deixando um apelo: "Senhor primeiro-ministro, deixe-nos viver de uma maneira diferente".

[Notícia atualizada às 17h46]

Leia Também: André Ventura não vai a julgamento por difamação de Fernando Rosas

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