"Urge que o governo PS tome medidas rápidas de reforço do investimento e de contratação de médicos para este hospital", é referido num comunicado hoje divulgado pela Comissão Concelhia de Setúbal do PCP.
"Os utentes e a população de Setúbal têm sido constantemente prejudicados pelas opções de sucessivos governos de subfinanciar o Serviço Nacional de Saúde, em favor do negócio da doença", acrescenta o PCP, que promete lutar por uma alteração da política do governo socialista que se traduza num reforço dos direitos e melhoria das carreiras dos profissionais de saúde.
A tomada de posição do PCP de Setúbal surge na sequência da decisão da administração do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) de encerrar a Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo até às 09h00 de segunda-feira, dia 12 de novembro, devido à falta de médicos.
Nos últimos meses têm sido frequentes os encerramentos temporários da Urgência Pediátrica, e também do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, devido à falta de médicos, situação que se tem vindo a agravar progressivamente e que agora obrigou a administração do CHS a encerrar a Urgência Pediátrica durante uma semana.
As crianças e jovens da região de Setúbal que necessitem de cuidados médicos e que sejam transportadas pelos bombeiros ou pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) são encaminhadas para outras unidades hospitalares.
Contudo, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, também está a pedir o encaminhamento de doentes não críticos fora da sua área de influência para outras unidades até as 20:00 de hoje, por sobrelotação das urgências.
No comunicado divulgado hoje, o PCP de Setúbal não só defende que o governo do PS deveria assegurar o financiamento necessário para garantir a prestação de cuidados primários de saúde e o bom funcionamento dos hospitais públicos do Serviço Nacional de Saúde, como também exorta o executivo liderado por António Costa a "abdicar de entregar recursos públicos ao setor privado".
A Comissão Concelhia do PCP de Setúbal apela ainda a todos os utentes para "que se unam em torno da defesa de um Serviço Nacional de Saúde público, gratuito e universal, dando cumprimento ao direito constitucional à saúde".
Na segunda-feira, a Câmara de Setúbal (CDU), que já tem uma reunião agendada para sexta-feira com a administração do CHS, também manifestou preocupação com a degradação na prestação de cuidados de saúde à população do concelho e de toda a região.
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