O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) deu entrada, no Parlamento, um projeto de lei que pretende ver proibida a caça à raposa e o recurso à caça "à paulada" e "à corricão".
"É incompreensível que continue a ser considerada uma 'espécie cinegética' e que a caça à raposa continue assim a ser permitida em Portugal", lamenta o PAN no documento, onde argumenta que, apesar de o estado de conservação da raposa não ser "preocupante", e de não possuir "interesse gastronómico no nosso país" - além de "não representar perigo para a segurança ou para a saúde pública" - está protegida pelo Anexo D da Convenção de sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), "que previne o comércio de animais quando este ponha em risco a sua existência em estado selvagem".
Nem à paulada nem à corricão
O PAN argumenta que em Portugal "a legislação prevê que a caça à raposa pode ser exercida 'de salto', 'à espera' e 'de batida', podendo ainda ser caçada 'a corricão', um tipo de caça em que ainda que "o caçador se desloca a pé ou a cavalo para capturar espécies para fins cinegéticas com o auxílio de cães de caça, com ou sem pau, no qual podem ser utilizados até 50 cães, a designada matilha".
Tanto esta prática como a caça "com pau" devem ser proibidas, diz o PAN, que recorda o caso de Inglaterra, "onde as batidas à raposa com uso de cães estava fortemente enraizada em alguns estratos sociais".
Este exemplo é usado pelo partido liderado por Inês Sousa Real para defender que, apesar do que certos grupos de caçadores defendem, o fim da caça à raposa não teria efeitos nefastos a nível demográfico. "O Parlamento britânico aboliu a caça à raposa em 2005 sem que isso tenha resultado numa explosão demográfica desta espécie, como alegam os defensores da prática", alega o PAN.
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