TAP? "António Costa não pode lavar as mãos"

Deputado bloquista considera que é o primeiro-ministro que tem "responsabilidades máximas" em todo o processo relativo a Alexandra Reis e à TAP.

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Carmen Guilherme
07/03/2023 08:11 ‧ 07/03/2023 por Carmen Guilherme

Política

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O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, defendeu que o ministro das Finanças, Fernando Medina, tem responsabilidades políticas no caso de Alexandra Reis e da TAP, mas não é o único, considerando que é o primeiro-ministro, António Costa, que tem "responsabilidades máximas" no processo.

O bloquista começou por referir, em declarações na CNN Portugal, que, na comissão de inquérito à TAP, estarão na mira do Bloco de Esquerda "todos os governantes e todos os participantes" num processo que vê como "absolutamente danoso".

"Parece que o dinheiro público é gerido de uma forma incompreensível, porque quando se toca a salários é tudo contado ao cêntimo, quando toca a prémios de administradores há uma leviandade que não se compreende, que roça até o obsceno no que toca àquilo como nós olhamos para a forma como o dinheiro público deveria ser gerido", afirmou.

Interrogado sobre se Fernando Medina tem responsabilidades políticas no caso, Pedro Filipe Soares foi claro, mas deixou uma ressalva. "Eu creio que sim. Mas há um alto governante que tem as responsabilidades máximas em todo este processo: chama-se António Costa e não pode lavar as mãos achando que nada sabia, que tudo passava para os seus ministros", defendeu.

"Tivemos uma secretária de Estado, que chegou a secretária de Estado depois de ter participado numa ilegalidade na TAP. E Fernando Medina foi quem a convidou para secretária de Estado. Ou ele, ou António Costa. E, desse ponto de vista, parece que ambos não quiseram saber como teria sido essa passagem de Alexandra Reis na TAP", acrescentou.

Já sobre o relatório da Inspeção Geral das Finanças (IGF), que concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, Pedro Filipe Soares destacou que o que "foi declarado pela IGF como ilegal, era visível".

"Não compreendo como é que o Ministério das Finanças não tirou essa conclusão antes", notou.

O deputado do Bloco de Esquerda destacou ainda o facto de Christine Ourmières-Widener, exonerada do cargo de diretora-executiva da TAP, ter referido que "informou todos" sobre o processo. 

"Quando ela diz que informou todos não foi apenas o anterior ministro das Infraestruturas, terá sido também o Ministério das Finanças", disse. Apesar de notar que, nessa altura, era João Leão quem estava à frente da tutela, o bloquista lembrou que Medina também se "atravessou a defender" Leão neste processo. 

"A pergunta é: João Leão que responsabilidades tinha? Medina tem estas que eu elenquei agora. Ninguém sabe. Ninguém viu", lamentou.

Recorde-se que, na sequência do relatório da IGF, foi decidido que Alexandra Reis terá de devolver parte da indemnização que recebeu.

Na sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, respetivamente, e anunciou que escolheu Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a SATA, para assumir ambos os cargos.

Leia Também: As últimas horas de turbulência na TAP. O relatório da IGF em 9 pontos

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