"O Chega não se sabe comportar civilizadamente à mesa da democracia"

O primeiro-ministro, António Costa, comentou, em declarações no Palácio de São Bento, o episódio do Chega na Assembleia da República.

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© Valeria Mongelli/Bloomberg via Getty Images

Inês Frade Freire com Lusa
25/04/2023 18:16 ‧ 25/04/2023 por Inês Frade Freire com Lusa

Política

António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, referiu, sobre o episódio do Chega na Assembleia da República, que o que viu "foi uma esmagadora maioria que respeita as instituições e uma ultra minoria que precisou de fazer barulho para suplantar em ruido a falta de representação popular que efetivamente tem".

"A representação popular não resultado do barulho que se faz ao bater na mesa, mas sim dos votos", frisou, acrescentando que "o Chega teve os votos que teve e é uma ultraminoria, o que significa que há uma esmagadora maioria que não se revê no Chega".

Na ótica de Costa, em declarações no Palácio de São Bento, "o relevante não é o que o Chega fez, mas tudo o que os outro fizeram demonstrando que o Chega não é regra e, felizmente, é só exceção".

Questionado pelos jornalistas se o Chega teve um ato falhado, o primeiro-ministro respondeu que "o Chega demonstrou aquilo que é". "O Chega não tem respeito pelas instituições, não se sabe comportar civilizadamente à mesa da democracia e não sabe respeitar a nossa história e aquilo que é a nossa relação com os nossos povos irmãos", acrescentou.

Sobre os discursos na sessão solene do 25 de Abril, Costa aponta quatro "excelentes": "do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente Lula da Silva e dois do presidente da Assembleia da República, Santos Silva". "O discurso do Presidente da República foi muito pedagógico porque demonstrou que uma pessoa da Direita democrática não tem de se condicionar ou limitar nem na atitude nem nas palavras, por aquilo que é o ruído gerado pelo Chega", afirmou.

"O Chega é mesmo uma exceção e um dos maiores perigos para o futuro da democracia", rematou.

António Costa disse que nos próximos dias estas suas palavras deverão ser seguramente criticadas no espaço mediático, mas repetiu as críticas.

"Vão entreter-se a bater-me nos próximos dias. Mas dão-lhes mesmo uma atenção desproporcionada àquilo que eles [Chega] representam na nossa vida coletiva", insistiu em nova referência à comunicação social.

Recorde-se que o presidente da Assembleia da República avisou, esta terça-feira, durante a sessão solene do 49.º aniversário do 25 de Abril que "chega de insultos e de porem vergonha no nome de Portugal", depois dos deputados do partido liderado por André Ventura terem levantado cartazes durante o discurso do chefe de Estado brasileiro.

Mal o presidente do Brasil, Lula da Silva, iniciou a sua intervenção na sessão solene de boas vindas, os deputados do Chega levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, onde se liam "Chega de corrupção", "Lugar de ladrão é na prisão" e outros com as cores das bandeiras ucranianas.

Lula continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do Chega batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir.

Leia Também: Episódio do Chega? "Atos dos populistas ficam com quem os pratica"

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