A ex-deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, abordou, na segunda-feira, a decisão de António Costa em não demitir o ministro das Infraestruturas, elucidando como "uma evidência" que "o primeiro-ministro mantém João Galamba para marcar um ponto".
Em declarações proferidas no programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias, Costa "quis pagar para ver" após ameaças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à dissolução do Parlamento.
"Costuma dizer-se que a vingança se serve fria mas eu acho que ele [Marcelo] vai conservar o Governo em lume brando", atirou.
Quanto a João Galamba, Cecília Meireles salientou que o que lhe parece "grave" é a "prática governamental". "Isto começa a ser uma regra e não uma exceção", acrescentou, referindo que "é preocupante".
"Isto tem sido uma sucessão de acontecimentos que não tem sido casos nem casinhos, que são uma absoluta disfuncionalidade e uma absoluta descoordenação, aliás, diria mesmo uma falta de respeito pelo cidadão", sublinhou ainda.
Na ótica da ex-deputada do CDS, "o Presidente escolheu um caminho que, do ponto de vista do Governo, é bastante mais perigoso e, porventura, bastante mais eficaz". "Se isto fosse um jogo, era tudo muito divertido, o problema é que isto não é um jogo", destacou.
As declarações de Cecília Meireles surgem já após o primeiro-ministro, António Costa, ter recusado o pedido de demissão de João Galamba - contrariando, até, a assumida posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que acreditava que o ministro visado com a polémica não tinha condições para se manter no cargo.
Em causa, está um caso que se foi adensando com a exoneração de Frederico Pinheiro, que acusou João Galamba de "querer mentir" à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP sobre a existência de notas de uma reunião entre membros do Governo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, prévia à audição da mesma no Parlamento.
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