Numa pergunta enviada através do Parlamento à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o BE refere que lhe chegou ao conhecimento que "nas últimas semanas várias pessoas vulneráveis a viver em quartos alugados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e por outras entidades estão a ser expulsas desses quartos para que possam ser alugados para a Jornada Mundial da Juventude".
"Os dados recolhidos pelo Bloco de Esquerda junto de pessoas que trabalham com pessoas vulneráveis, nomeadamente pessoas em situação de sem abrigo e famílias em situação de pobreza, dão conta de um número muito elevado de pessoas nesta situação. Mais ainda, estas pessoas têm condições de saúde muito precárias e não têm condições económicas para encontrar outras soluções", denuncia.
Segundo o BE, se o Governo e a autarquia não atuarem, "estas pessoas irão ficar sem teto durante a JMJ e terão muito mais dificuldade em encontrar um quarto depois".
"A estas pessoas vulneráveis, juntam-se os relatos de vários estudantes, nomeadamente pessoas estrangeiras, que estão a ser despejados durante a JMJ, sendo que muitos não estão a encontrar alternativa", acrescenta.
Para os bloquistas, seria incompreensível que a JMJ "resultasse no despejo de dezenas de pessoas e que se agravassem as condições de vida de pessoas e famílias vulneráveis, nomeadamente as pessoas em situação de sem abrigo".
O BE quer por isso saber se o Governo tem conhecimento desta situação e quantas pessoas são afetadas, perguntando ainda pelas medidas que estão a ser tomadas para que estas pessoas não passem a estar em condição de sem teto.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.
O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
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