A dirigente do PAN, Inês de Sousa Real, teceu fortes críticas à autarquia de Vila Viçosa pela realização de um evento tauromáquico já a 1 de agosto, dia em que se inicia a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Portugal.
"Vila Viçosa vai candidatar-se a património mundial da Unesco, mas a única coisa que ocorreu à Câmara Municipal organizar para os jovens que vai receber é um evento com sevilhanas e pegas de forcados!", começou por acusar a líder do partido ecologista, numa publicação veiculada este domingo na rede social Twitter.
Lembrando que "a própria organização das JMJ já se veio demarcar deste evento", Inês de Sousa Real questionou: "Não há uma única tradição de Vila Viçosa digna de se mostrar aos jovens?"
A deputada única do partido pediu, ainda, que se "esclareça aos jovens que lá vão levar com 'sevillanas' e um evento tauromáquico que estamos em Portugal e não em Espanha" - e ainda "que a maioria dos portugueses não apoia o sofrimento animal".
Note-se que a própria organização das JMJ já se veio demarcar deste evento!
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) July 30, 2023
Mas alguém que esclareça aos jovens que lá vão levar com “sevillanas” e um evento tauromáquico que estamos em Portugal e não em Espanha! E que a maioria dos portugueses não apoia o sofrimento animal.
De recordar que a Câmara Municipal de Vila Viçosa anunciou nas suas redes sociais a realização de uma "demonstração tauromáquica" na praça de touros daquela localidade, no dia 1 de agosto de 2023, inserida nas iniciativas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre em Lisboa. Alegam - também nas redes sociais - que o evento foi pensado "após o desafio lançado por um grupo de 700 jovens franceses, que irão estar em Vila Viçosa de 30 de julho a 2 de agosto".
Sabe-se agora que a organização da JMJ, cujo logo aparece inclusive no cartaz do evento, de nada sabia. A denúncia foi feita pela Plataforma Basta de Touradas que indagou a organização e partilhou o conteúdo da resposta com o Notícias ao Minuto. Assim, fica a saber-se que a organização da JMJ "não foi consultada, nem para a organização, nem para a divulgação deste evento".
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