A deputada socialista, Alexandra Leitão, comentou a aprovação em Itália da criação de um imposto de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos, frisando que sobre a medida "sabe-se pouco", mas que concorda "a certo ponto".
A ex-ministra de António Costa defendeu, no entanto, no programa Crossfire da CNN, que "é evidente que tem um simbolismo importante", embora "ainda não se perceba exatamente os seus contornos".
Dando o exemplo de Portugal, Alexandra Leitão salientou que "a dissociação a que assistimos entre aquilo que os bancos cobram pelo que emprestam e aquilo que remuneram pelos depósitos dos seus clientes é uma diferença tão grande que cria uma sensação de injustiça às pessoas".
De forma a justificar as palavras, a socialista frisou que "quando o banco empresta, cobra uma taxa elevada e que tem vindo sempre a subir". "Esse dinheiro é caro para o cliente e depois quando depositam no banco, a remuneração que o seu depósito tem é muito mais baixa", continuou.
Para Alexandra Leitão, "é nesta diferença que estão duas coisas importantes: o lado económico, que é onde estão lucros - que, por ventura, serão excessivos - e outra mais política, que é um sentimento de injustiça social [já referido]".
"Este sentimento de injustiça social é o caldo para medidas como esta e que, em tese, tem um princípio que não deixo de perceber e, a certo ponto, concordar", elaborou.
Recorde-se que o governo italiano, de Giorgia Meloni, aprovou a criação de um imposto de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos, limitado aos anos de 2022 e 2023, sem exceder 25% do património líquido.
As receitas serão inteiramente destinadas a "apoiar a compra de hipotecas e a redução de impostos", justificou o Governo.
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