"O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros já teve oportunidade de fazer um comunicado", disse António Costa à chegada à cimeira dos países mediterrânicos do sul da União Europeia, em Malta, quando questionado sobre as alegadas ligações de João Gomes Cravinho ao polémico contrato com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.
Questionado pela imprensa portuguesa se acompanha essa nota, o chefe de Governo disse: "Com certeza, se o comunicado é do ministro dos Negócios Estrangeiros, é de todo o Governo".
"As condições [para continuar no cargo de ministro] são exatamente as mesmas que eram antes de haver uma manchete num jornal", declarou João Gomes Cravinho, que hoje acompanha António Costa a Malta.
O Expresso noticia hoje que um dos arguidos no caso "Tempestade Perfeita", Paulo Branco, à época responsável financeiro na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, implicou João Gomes Cravinho no caso do contrato de assessoria no valor de cerca de 50 mil euros celebrado com Marco Capitão Ferreira.
Numa reação entretanto divulgada, o ministro dos Negócios Estrangeiros repudiou de forma "veemente e inequívoca" qualquer ligação a alegados casos de corrupção na Defesa, reiterando não ter estado envolvido no polémico contrato com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.
Na nota do Ministério, o anterior titular da pasta da Defesa afasta mais uma vez a ideia de ter estado envolvido no contrato celebrado entre a Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional e Marco Capitão Ferreira.
Segundo o semanário, Paulo Branco declarou que o então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, "tinha concordado" ou até "pedido" para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira para o compensar e "pôr as contas em dia" pelos trabalhos realizados numa "comissão fantasma" que funcionava na órbita do seu gabinete.
Esta acusação é negada por João Gomes Cravinho ao Expresso.
No comunicado hoje enviado à imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros reitera as respostas ao jornal e volta a divulgar declarações públicas sobre o caso, prestadas em sede parlamentar.
"Repudio de forma veemente e inequívoca a sugestão feita na manchete do jornal Expresso", afirma hoje João Gomes Cravinho.
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