António Costa falava aos jornalistas a meio da Comissão Nacional do PS, ocasião em que voltou a defender a tese de que o seu partido não deve ficar preso no processo judicial que conduziu à sua demissão das funções de primeiro-ministro na semana passada.
"Cabe ao PS não se intrometer no tempo da justiça, mas concentrar-se no tempo dos portugueses. E o tempo dos portugueses exige resposta aos problemas que estão em curso, num cenário internacional que é muito pesado e que em tudo recomendava que tivesse havido bom senso em não ter desencadeado esta crise política", declarou.
Uma vez desencadeada a atual crise política, de acordo com o secretário-geral socialista, "o PS tem de fazer como nas últimas eleições legislativas".
"O PS tem de falar aos portugueses e mobilizar os portugueses. Tal como os portugueses resolveram a última crise política irresponsável, agora devem também resolver a nova crise política irresponsável", frisou.
Em relação aos três candidatos à sua sucessão no cargo de secretário-geral do PS, António Costa elogiou por igual Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro e salientou que não irá interferir nesta luta interna.
"O PS deve aproveitar este debate interno para renovar ideias, corrigir erros e apresentar-se aos portugueses de forma unida e capaz de assegurar uma vitória nas eleições de 10 de março".
"Não me ficava bem, estar agora a intervir na escolha de quem me vai substituir. Além do mais, dos três candidatos, houve dois com quem trabalhei com grande proximidade", observou.
António Costa referiu depois ter "admiração e estima por José Luís Carneiro e por Pedro Nuno Santos".
"Conheço as qualidades de ambos e não tenho dúvidas de que qualquer deles será um excelente secretário-geral do PS e, sobretudo, um ótimo primeiro-ministro", acrescentou.
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