Carneiro e Pedro Nuno? "Estalou o verniz. São declarações violentas"

Luís Marques Mendes considerou que Pedro Nuno Santos estava à espera que a corrida à liderança fosse, na verdade, "um passeio".

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Notícias ao Minuto
19/11/2023 23:59 ‧ 19/11/2023 por Notícias ao Minuto

Política

Luís Marques Mendes

O comentador político Luís Marques Mendes considerou, este domingo, que "estalou o verniz" entre os candidatos à liderança do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

Em causa está o facto de o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação ter afirmado que o seu adversário tem "preferido" atacá-lo do que combater a Direita. Em resposta, o ainda ministro da Administração Interna recordou que começou a carreira política "muito jovem" ao ganhar uma Câmara ao Partido Social Democrata e, por isso, não aceita "lições de como se deve combater a Direita".

"Estalou o verniz com estas declarações porque são declarações violentas", afirmou Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias. 

O comentador considerou que Pedro Nuno Santos "vai ganhar" as eleições internas do partido "com alguma tranquilidade", contudo, o antigo ministro estava à espera que a corrida à liderança fosse, na verdade, "um passeio".

"José Luís Carneiro surpreendeu-o esta semana com vários apoios", disse Luís Marques Mendes, lembrando o apoio manifestado por Augusto Santos Silva, Adalberto Campos Fernandes, Vieira da Silva e Jorge Lacão. "Surpreendeu-o e há aqui a ideia de que isto já não é um passeio. Mas no resultado final, continuo a achar que o favorito é Pedro Nuno Santos", afirmou.

Luís Marques Mendes considerou que as declarações de Pedro Nuno Santos "ajudam do ponto de vista interno", mas "desajudam do ponto de vista externo".

"Do ponto de vista interno, do ponto de vista dos militantes, do aparelho e da organização, mobiliza-os. E é esse o objetivo desta declaração", disse, afirmando que a estratégia do antigo ministro passa por "primeiro ganhar a batalha interna e depois tratar da batalha externa".

Operação Influencer? Houve "erros políticos e judiciais"

Luís Marques Mendes considerou ainda que existiram "erros políticos e judiciais" na Operação Influencer, que levaram à demissão do primeiro-ministro, António Costa.

"Os políticos são erros totalmente do primeiro-ministro. Porque é que António Costa deixou de ser primeiro-ministro? Porque é que pediu a demissão? Porque estava muito mal rodeado", disse Luís Marques Mendes, considerando que o antigo chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, e o seu "ex-amigo", Diogo Lacerda Machado, "eram ligações perigosas" e foi esta ligação que "ditou a saída" do primeiro-ministro.

Contudo, o antigo líder do Partido Social Democrata (PSP), reconheceu que também houve "erros do Ministério Público", elencando a "falta liderança" da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago.

"É uma senhora seguramente muito competente, mas, do ponto de vista da liderança, é uma inexistente", atirou.

Sublinhe-se que António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos, mas já recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável".

O MP deteve cinco pessoas: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa, que no final do interrogatório judicial foram colocados em liberdade.

No total, há nove arguidos no investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, entre eles o ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Leia Também: Carneiro diz que com o PS o "radicalismo de extrema-direita" não passará

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