Pedro Nuno Santos falava a seguir à proclamação dos resultados oficiais das eleições para o cargo de secretário-geral do PS, que se realizaram entre sexta-feira e sábado, em que derrotou as candidaturas de José Luís Carneiro e de Daniel Adrião.
Em relação aos resultados das eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS, o novo líder dos socialistas "cumprimentou os camaradas" de partido que "foram circunstancialmente" seus adversários, José Luís Carneiro e Daniel Adrião, elogiando o contributo que deram para o debate interno.
"Contamos com eles para a unidade. No PS, fazemos confrontos internos, mas terminados ficamos unidos. Somos um partido inteiro. O PS sempre teve essa capacidade de se unir", sustentou.
Já no período de perguntas por parte de jornalistas, Pedro Nuno Santos voltou a referir-se ao ministro da Administração Interna, que alcançou cerca de 36%, depois de interrogado se conta com o primeiro-ministro, António Costa, na campanha para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
"Não só com António Costa na campanha. José Luís Carneiro não é um militante qualquer. Candidatou-se a secretário-geral do PS. Nós também o queremos na campanha", salientou.
Neste ponto, assinalou que o PS, desde a sua fundação, em 1973, apenas teve nove líderes até hoje, enquanto o PPD, fundado em 1974, já teve 19 presidentes.
"É essa que estabilidade que nos caracteriza que também projetamos para o país", defendeu.
Na parte inicial da sua intervenção, o novo líder do PS também recebeu uma prolongada salva de palmas quando evocou Mário Soares, fundador e primeiro secretário-geral do PS, que em 2024 faria 100 anos, dizendo: "É o nosso maior".
Além da questão da unidade interna, depois da referência a Mário Soares, afirmou ter "orgulho" no legado do primeiro-ministro, António Costa, referindo que esteve com a sua liderança "do primeiro até ao último dia". Recebeu então uma prolongada salva de palmas por parte dos seus apoiantes.
Mais tarde, foi questionado pelos jornalistas se podia partilhar conselhos que o primeiro-ministro lhe deu, mas o novo líder socialista recusou: "Nisso sou como o António Costa, não partilho conversas privadas", disse.
Pedro Nuno Santos procurou, depois, realçar a sua boa "relação pessoal e política com António Costa"
"E continuaremos numa boa relação. Obviamente que trocaremos impressões, com certeza. Nós não temos tantos políticos com tanta experiência de política nacional, internacional como António Costa. Não aproveitar a experiência, a inteligência, a sagacidade de António Costa seria tonto da minha parte. Eu não cometerei esse erro. Vou aproveitar", reforçou, recebendo palmas.
À chegada à sede, por volta das 23:00, Pedro Nuno Santos foi cumprimentado por alguns apoiantes, entre eles, Francisco César, que foi seu direito de campanha, e pelo ministro e líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), Duarte Cordeiro.
"Decidir, avançar, é o que precisamos em Portugal. Não empatar. Temos já demasiadas pessoas que empatam. Temos é que decidir e avançar", disse.
Pedro Nuno Santos falou num "grande resultado e uma grande vitória" e disse já ter falado com o primeiro-ministro, António Costa, a quem sucede no cargo de líder do PS.
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