O recém eleito secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, garantiu, este domingo, que irá não só dar continuidade aos projetos do atual do Governo, mas também "dar início a uma nova fase e um novo ciclo" do partido, com "um novo impulso e uma nova energia".
Questionado sobre o facto de António Costa ter assegurado que não seria a "sombra" do PS, Pedro Nuno Santos reiterou que o primeiro-ministro "é um líder do PS pelo qual temos bastante orgulho e a quem estamos gratos".
"Dará um contributo não só ao país, dependendo das funções que ocupar, enquanto cidadão ou enquanto militante do PS. Queremos beneficiar da experiência, da inteligência e da sagacidade de António Costa", acrescentou.
"Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa", afirmou Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, onde hoje teve um encontro de cerca de uma hora e meia com António Costa.
Interrogado se o futuro político do ainda primeiro-ministro poderá passar por um cargo europeu, o recém-eleito secretário-geral do PS respondeu: "Não faz obviamente, como devem imaginar, sentido nós estarmos a falar em púbico daquilo que pode ou não António Costa fazer no futuro".
"António Costa tem o seu espaço de possibilidades aberto e ao seu dispor, com a certeza de que terá o PS ao seu lado - isso eu também já o disse várias vezes. Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa", acrescentou.
Antes, Pedro Nuno Santos voltou a expressar reconhecimento e gratidão para com o trabalho de António Costa: "Foi um primeiro-ministro muito importante para o país, é ainda. Os resultados da governação são muito importantes, nós temos muito orgulho nesses resultados".
"E queremos agora continuar, não só concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual Governo, mas darmos início a uma nova fase, um novo ciclo, como dizia António Costa, com um novo impulso, com uma nova energia", declarou.
Sublinhe-se que os militantes do Partido Socialista (PS) foram chamados às urnas, entre sexta-feira e sábado, para escolher um novo líder, na sequência da demissão de António Costa. A escolha foi expressiva e Pedro Nuno Santos venceu as eleições com mais de 60% dos votos.
Na corrida ao cargo estavam também José Luís Carneiro e Daniel Adrião. O ministro da Administração Interna obteve 36% dos votos e o dirigente socialista ficou-se pelos 1%.
A candidatura de Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a de Daniel Adrião elegeu cinco delegados, de acordo com o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, Pedro do Carmo.
Este processo eleitoral no PS, recorde-se, foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 7 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
[Notícia atualizada às 15h09]
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