A antiga eurodeputada Ana Gomes disse, no domingo, que o Partido Socialista mostrou que tem "capacidade de se regenerar e muito rapidamente" e realçou que na nova liderança do PS "há continuidade e também há diferenças". "É natural que haja diferenças, até porque há uma diferença geracional. Há uma passagem de testemunho para uma geração que é nascida já depois do 25 de Abril, o Pedro Nuno Santos, que tem outra visão em relação a muitos problemas", referiu.
No seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes considerou que o novo líder socialista vai manter a continuidade das ideias do antecessor, António Costa, "porque até tem orgulho no legado". Apesar disso, a ex-eurodeputada considera que noutros aspetos Pedro Nuno tem "diferentes perspectivas". "Considera que houve erros e naturalmente têm de ser corrigidos", reiterou.
Relativamente ao congresso do Partido Socialista, Ana Gomes destacou que o encontro "mostrou que o PS tem de facto capacidade de se regenerar e muito rapidamente e em condições adversas". Para Ana Gomes, a regeneração" decorre também da "capacidade de união" do partido. A socialista referiu que o PS tem "diferentes perspectivas, que se confrontaram numa campanha eleitoral". "Esse debate é útil e agora não se exclui ninguém e as contribuições de todos são úteis e vão ser integradas", afirmou.
Ana Gomes referiu ainda que "temos em Pedro Nuno Santos um socialista que que não tem vergonha em ser socialista".
Sobre os compromissos assumidos por Pedro Nuno Santos, Ana Gomes garantiu que viu medidas para a classe média. "Ele disse que as rendas não podem aumentar para além da inflação de forma alheia dos aumentos salariais, isto é para todos, designadamente para a classe média". "Ele mostrou que tem uma visão para o país e uma ambição para o país, que passa por dar prioridade à economia e à transformação da nossa economia para criar riqueza e para se desligar dos baixos salários".
"Há todo um conjunto de medidas que me parecem da maior importância", considerou ainda Ana Gomes sobre as ideias apresentadas por Pedro Nuno Santos.
A ex-eurodeputada salientou que o agora secretário-geral do PS foi o "sustentáculo da negociação permanente da geringonça" e que "fez parte de uma pasta que toda a gente sabe que é dificílima". Ana Gomes recordou que foi Pedro Nuno "quem lançou a lei das bases da habitação" e quem "em nome do Governo salvou a TAP".
Sobre as críticas da oposição a Pedro Nuno Santos, Ana Gomes referiu que o secretário-geral do PS "comete erros, mas admite". "Infelizmente a oposição não tem experiência, não comete erros porque nunca fez, nunca governou", disse Ana Gomes.
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