A Presidente do PAN, Inês Sousa Real, considerou, esta quinta-feira, que a governação do Partido Socialista foram "oito anos bastante complexos" e que António Costa "teve momentos que puseram em causa aquela que é estabilidade e governabilidade do país". Sobre Pedro Nuno Santos, a deputada não tem dúvidas de que "não foi um bom ministro".
Numa entrevista à CNN, a deputada salientou que o "PAN não foi uma muleta do PS" e garantiu que o partido "não está disponível para viabilizar soluções governativas que deem a mão ao Chega e à extrema-direita". "Não queremos retrocessos no nosso país", afirmou Inês Sousa Real.
Inês Sousa Real assumiu que não confia no facto de Luís Montenegro já ter assumido que não se coligará ao Chega. "Basta ver que a ideologia da Aliança Democrática (AD) e das forças políticas que Luís Montenegro chamou, no caso o CDS e PPM, que querem também reintroduzir valores contrários àqueles que o PAN defende, como as touradas ou os direitos das mulheres. Não queremos retrocessos", afirmou.
Questionada sobre quem estaria mais bem preparado para ser primeiro-ministro, se Pedro Nuno Santos ou Luís Montenegro, Inês Sousa Real não respondeu, mas deixou a garantia "que o PAN não renuncia à sua agenda e aos seus valores". Ainda assim, a deputada do PAN considerou que "Pedro Nuno Santos não foi um bom ministro, na medida em que não teve soluções para o país que dessem resposta aos problemas do nosso tempo".
"Temos de olhar para o país e deixar de olhar para esta dicotomia da Esquerda e da Direita e para esta dicotomia de PS e de PSD. Há alternativas políticas", referiu. A deputada reiterou ainda que "tem de ser dada a oportunidade a outros partidos".
Sousa Real considerou que o crescimento do Chega, apontado pelas sondagens, se deve a "uma grande insatisfação do país quanto à sua qualidade de vida", mas salientou que "não é através do voto de insatisfação que nós vamos dar as respostas que o país precisa".
Houve ainda espaço para falar sobre os protestos da Climáximo, que têm vindo a repetir-se. A deputada referiu que compreende que "os jovens se sintam preocupados e ansiosos com o seu futuro em matéria climática" e garantiu que o partido está comprometido "em dar respostas à crise climática".
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