"Não haja dúvidas que o que eu vos peço é que a vossa mensagem para a família, para os amigos, para os vizinhos, para todos, é do apelo ao voto útil", disse esta noite o atual presidente do Governo Regional e líder do PSD/Açores, na ilha das Flores, na apresentação dos candidatos às eleições regionais antecipadas.
E prosseguiu: "Não tenham dúvidas, não façam experiências. Não é tempo de experiências, não é tempo de riscos nem de espalha brasas. É tempo de responsabilidade, é tempo de estabilidade".
"É isso que eu peço. (...) Conto, por isso, com as Flores para garantir aqui dois mandatos para esta legislatura", salientou.
O candidato social-democrata justificou a necessidade de a região ter estabilidade política governativa porque os tempos atuais e próximos "são tempos difíceis" e desafiantes e "são de oportunidades únicas" para combater, entre outras situações, a crise global e europeia.
"E não esquecendo que nos Açores, como também no mundo, ainda vivemos a crise da pandemia, uma crise de instabilidade sísmica vulcânica na ilha de São Jorge e todas as dificuldades de um arquipélago com nove ilhas e que não é fácil de governar, como é, por exemplo, a vizinha Madeira, que tem uma ilha e meia, ou um país que, mesmo com maiorias absolutas, teve contestação social, protesto e até demissão, por ato próprio, do primeiro ministro do Governo", explicou.
A concluir, reforçou: "Nós [na Região Autónoma dos Açores] queremos e precisamos de estabilidade, porque é a estabilidade que minimiza estes desafios e todas estas dificuldades [a] que fiz referência".
Bolieiro também disse que é recandidato à liderança do Governo regional açoriano porque sabe que será capaz de "fazer mais e melhor do que os socialistas" e do que fez nos três anos de governação.
O discurso de José Manuel Bolieiro foi proferido no quinto dia de campanha para as eleições antecipadas do dia 04 de fevereiro, no auditório do Centro Cultural de Santa Cruz das Flores, na apresentação da lista da coligação pelo círculo eleitoral da ilha das Flores, que é encabeçada por Bruno Belo.
Na intervenção, realizada na parte territorial que é a mais ocidental da Europa, também fez réplica política aos adversários.
"Eles [os socialistas] têm dito: 'não tenham medo, porque nós, se voltarmos ao Governo, vamos fazer o que eles fizeram'. Têm esse problema da credibilidade. Quem não fez, não é a melhor pessoa para prometer que vai fazer, porque as pessoas sabem que os confiáveis não são aqueles que prometem, são aqueles que fazem. E nós [coligação PSD/CDS-PP/PPM] fizemos", disse.
Referiu depois que a "alternativa de regresso ao poder que o PS apresenta" não tem credibilidade, dado que o partido liderado por Vasco Cordeiro critica a sua governação por causa dos atrasos dos pagamentos.
"Eles tinham uma média de pagamentos [de] 156 dias. Nós temos menos do que estes 156 dias. (...) Eles [os socialistas, quando estiveram no executivo], é que tiveram esse defeito (...) pagaram sempre mais tarde", apontou Bolieiro.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
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