Partidos unânimes na valorização das carreiras das Forças Armadas
Os partidos com representação parlamentar defenderam hoje a valorização das carreiras nas Forças Armadas e a maioria rejeitou o serviço militar obrigatório como forma de resolver escassez de efetivos, no último debate antes das eleições.
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Política Legislativas
No debate nas rádios, o último com todos os partidos com assento parlamentar, exceto o Chega, que decidiu não comparecer, o tema da Defesa fez com que os líderes concordassem no reforço do investimento nas Forças Armadas e nos seus profissionais, o que, segundo a maioria, não passa pela obrigatoriedade do serviço militar.
Já quanto ao reforço do orçamento da Defesa, tendo em conta a exigência da NATO de 2% do PIB, o presidente do PSD, Luís Montenegro, em representação da Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM), considerou que "não é possível fazê-lo" nesta legislatura, enquanto o líder do PS, Pedro Nuno Santos, manteve o compromisso de cumprir os prazos acordados com os parceiros internacionais.
Para Pedro Nuno Santos, a aposta passa também por modernizar e desenvolver a indústria militar e rever as carreiras e a grelha salarial, "dentro da capacidade financeira e orçamental do Estado".
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE), destacou também a recuperação da indústria naval e defendeu que "Portugal se deve colocar sempre na posição de colaborar com iniciativas de paz e não em iniciativas de guerra", num quadro de cooperação europeia, sem subordinação a "interesses estrangeiros".
Da parte da CDU (PCP e PEV), o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, realçou a valorização dos salários e carreiras dos profissionais das Forças Armadas e considerou que quem desvaloriza o "descontentamento latente e crescente" dentro daquela instituição "está a cometer um erro perigoso".
Já Rui Rocha, da Iniciativa Liberal (IL), descartou a ideia de recurso a grupos militares privados, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, enquanto Inês Sousa Real, do PAN, defendeu um "esforço de cooperação internacional no sentido de recuperação da paz", sinalizando também a pegada ambiental da guerra na Ucrânia e em Gaza, na Palestina.
Do lado do Livre, Rui Tavares propôs a criação do Instituto do Veterano, a utilização de quartéis militares vazios para residências universitárias e o reconhecimento do Estado da Palestina, "sem esperar pela União Europeia".
Questionados sobre se se deve continuar a apoiar a Ucrânia, em termos financeiros e militares, os partidos responderam afirmativamente, exceto o PCP, que acompanhou o apoio na reconstrução, mas não o militar. "Andamos há dois anos nisso, as consequências estão à vista", justificou Paulo Raimundo.
Na reta final do debate, PS e PSD discordaram da introdução de um círculo nacional de compensação no sistema eleitoral, enquanto partidos mais pequenos apoiaram a medida, e, relativamente à existência do dia de reflexão na véspera das eleições, da qual a IL discorda, os restantes partidos consideraram que não se trata de uma questão central, embora não ponham de parte a reflexão sobre o tema.
Na ronda final, com perguntas diferentes para cada um dos candidatos, Luís Montenegro respondeu com um "logo vemos" à questão sobre a participação ou não de Pedro Passos Coelho na campanha eleitoral e Pedro Nuno Santos admitiu que não tem médico de família, sendo que António Costa tinha prometido médico de família para todos até 2017.
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