Mortágua vê na presença de Durão mais um regresso da AD ao passado

A coordenadora do BE defendeu hoje que o passado "regressa sempre à campanha" da AD, referindo-se à participação do ex-primeiro-ministro Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia quando os portugueses enfrentaram o "inferno da troika".

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
01/03/2024 20:19 ‧ 01/03/2024 por Lusa

Política

Eleições

"Quando ouvimos Durão Barroso é a Goldman Sachs que está a falar, são os grandes interesses económicos que estão a falar, é o regresso a esses tempos sombrios da troika, da austeridade, para que meia dúzia de bancos internacionais pudessem lucrar com as vidas do nosso povo e o povo não esquece esses tempos e não esquece do papel que Durão Barroso teve", respondeu Mariana Mortágua aos jornalistas durante uma arruada pelas ruas de Coimbra.

A líder do BE foi questionada sobre a presença de Durão Barroso prevista para esta noite no comício da AD, no dia em que publicou um artigo no semanário Nascer do Sol intitulado "mudar é preciso" e no qual avisa que um novo governo do PS "seria o mais esquerdista desde o Gonçalvismo".

"Na verdade o que temos visto na campanha do PSD é um desfile. Há uma de duas coisas da campanha do PSD: ou candidatos que representam ideias retrógradas que depois é preciso esconder ou é o passado que regressa sempre à campanha, seja com a cara de Passos Coelho, seja com a cara da Assunção Cristas, seja com a cara de Durão Barroso", apontou.

Segundo Mariana Mortágua, "tudo o que a direita tem para oferecer a Portugal é passado" e "ideias retrógradas e do passado" que os bloquistas rejeitam.

"Nós queremos um futuro, queremos esperança, queremos caminhar em frente, queremos melhores respostas, queremos mais serviços públicos, melhores salários e a direita não tem nada para oferecer a não ser esse passado de má memória, sombrio, desigual e injusto", defendeu.

A coordenadora aproveitou esta arruada, na qual esteve acompanhada do atual e antigo cabeça de lista por Coimbra, Miguel Cardina e José Manuel Pureza, respetivamente, para insistir na ideia que "é preciso deputados e deputadas da esquerda para derrotar a direita que quer fazer regredir o país".

Portugal, na opinião da líder do BE, "já enfrentou um inferno" que se chamou troika "em que milhares de pessoas foram para o desemprego, para a pobreza, em que os jovens emigraram".

"Em que foi imposto ao país um castigo que não era um castigo para nenhuma solução económica, era um castigo moral, porque tínhamos vivido acima das nossas possibilidades", disse.

A líder do BE recordou que "Durão Barroso chefiava a Comissão Europeia quando tudo isso aconteceu", uma presidência "depois de ter saltado do cargo de primeiro-ministro e abandonado o país".

"E da Comissão Europeia saltou para a Goldman Sachs, que foi o banco privado que contribuiu para a crise, que depois quis impor austeridade e que é o rei das portas giratórias, é a Goldman Sachs é o banco internacional que mais portas giratórias tem com os governos, com a banca, que representa o pior que há do polvo financeiro mundial", condenou.

Questionada sobre a decisão da Procuradora-Geral da República de não querer ser reconduzida no cargo, Mariana Mortágua não se quis alargar e disse apenas respeitar as decisões pessoais de Lucília Gago quanto à sua própria profissão.

"Não me cabe a mim, como compreendem, comentar as declarações e a forma como a própria vê o cargo que desempenha", enfatizou.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Leia Também: Mortágua aponta ferrovia como "bom exemplo" de quando há vontade política

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