O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, defendeu que "as mulheres foram sempre importantes" para o seu partido, que conseguiu "grandes avanços em matéria dos direitos". Sobre o seu adversário, Luís Montenegro, o socialista acusou-o de ter apoiado e defendido as medidas "muito duras" de Pedro Passos Coelho.
"É muito importante que os indecisos participem neste ato eleitoral e não deixem para os outros a escolha", começou por referir em entrevista à RTP3, divulgada esta quarta-feira, acrescentando que os portugueses devem escolher entre "uma mudança que nos permita continuar a avançar" ou "uma mudança que significaria um regresso ao passado", com a coligação Aliança Democrática (AD).
"Nós estamos conscientes de que não está tudo bem, mas também tenho a certeza que não há nenhum português que quisesse voltar a 2015", explicou Pedro Nuno Santos, que destacou a necessidade de haver "uma mudança que não desbarate aquilo" que foi conseguido.
Confrontado sobre o facto de o eleitorado feminino ser o mais indeciso em relação às votações, o político frisou que "as mulheres foram sempre importantes para o Partido Socialista" e "os grandes avanços em matéria dos direitos das mulheres foram sempre conseguidos pelo Partido Socialista".
"Ainda nesta campanha, tivemos oportunidade de assistir a um membro importante da candidatura da AD a querer voltar atrás com direitos que foram conquistados pelas mulheres", disse, referindo-se ao vice-presidente do CDS, Paulo Núncio, que defendeu que deve ser feito um novo referendo ao aborto.
"Gabam-se até de terem criado dificuldades no acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez", atirou, acusando a AD de nunca ter "valorizado o papel da mulher na sociedade portuguesa".
"Nós valorizámos e queremos continuar a valorizar as mulheres de Portugal. Elas é que têm sido, ao longo da sua vida, prejudicadas", acrescentou, explicando ainda que o investimento na rede de creches gratuitas serve não só para dar oportunidades às crianças, mas também "às suas mães, para poderem ter as suas carreiras".
Falta de "estabilidade emocional"? Luís Montenegro "acaba a atacar o caráter do seu adversário"
Sobre o facto de o líder da AD, Luís Montenegro, o ter acusado de ter falta de "estabilidade emocional", Pedro Nuno Santos lamentou as declarações e frisou: "Luís Montenegro diz que só fala dos problemas do país e depois acaba a atacar o caráter do seu adversário. Eu nunca farei isso com ele. Eu tenho respeito por ele, tenho respeito por todos os adversários. Acho que, em democracia, ganhamos se nos respeitarmos".
"Quero ganhar pela diferença de projeto e por termos o melhor programa do projeto", acrescentou. "Julgo que o projeto que o líder da AD representa é um projeto que nos vai regressar ao passado".
O socialista lembrou ainda que tem experiência enquanto governante e, por isso, sabe "o que funciona e o que não funciona e o que correu bem e não correu tão bem", ao passo que Montenegro "não tem essa experiência".
Luís Montenegro "apoiava e defendia" as medidas "muito duras" de Passos Coelho
Pedro Nuno Santos reiterou que, "apesar dos problemas", atualmente o país "está melhor" do que em 2015, após os "anos duros" da governação de Pedro Passos Coelho com "Luís Montenegro ao seu lado", que, ao ser líder parlamentar do PSD, "apoiava e defendia as medidas que foram muito duras para o povo português".
Questionado sobre se os pensionistas "já se reconciliaram com o PSD", o secretário-geral do PS foi taxativo: "Julgo que é impossível isso acontecer. Os pensionistas foram enganados porque, na realidade, nós temos candidatos do PSD que garantiram que não iriam cortar mais pensões, mas tentaram cortar mais, e Montenegro esteve lá a apoiar".
Pedro Nuno Santos acrescentou ainda que o país "atravessa uma crise dura", mas o PS sempre "protegeu o povo português, quem trabalha e quem trabalhou uma vida inteira". E, com o PSD, "não foi isso que aconteceu". "Ao menor aperto, à primeira crise, são sempre os mesmos a sofrer", atirou.
"Em momentos de dificuldades, nós protegemos sempre quem trabalha e quem trabalhou uma vida inteira", reiterou.
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