"Pode alguém com esta cultura de divisão dar estabilidade às pessoas, dar estabilidade à sociedade, dar estabilidade a quem quer apostar em Portugal?", questionou Luís Montenegro, referindo-se ao PS, no último comício da campanha da Aliança Democrática (AD) para as legislativas antecipadas de domingo, no Campo Pequeno, em Lisboa.
Nesta altura ouviu-se um barulho na sala, vindo da cobertura da arena, e Luís Montenegro observou: "Deve ser um não, deve ser um não. Eu até diria: é do céu que vem a resposta".
Segundo o presidente do PSD, a AD quer formar "um Governo que possa emergir da vontade do povo" para "unir Portugal" e "o principal da estabilidade está aí, o principal da governabilidade está aí".
"Um Governo que, com essa legitimação, possa unir todos os setores da sociedade, todo o território português, todas as pessoas, de todas as condições, um Governo que faça isso já está a garantir a estabilidade - independentemente de ganhar por um, por dez, por cem, por mil, por dez mil, por cem mil ou por meio milhão", considerou.
"Não se preocupem. Em primeiro lugar, a estabilidade vai-nos ser facultada pelo povo português. E em segundo lugar, vamos ser nós com o nosso desempenho que a vamos assegurar", reforçou.
Referindo-se ao PS, acrescentou: "O contrário é que já não é verdadeiro. Quem, ainda que ganhasse hipoteticamente por um voto, fosse governar a dividir, já estava a perder a estabilidade logo no início. Sabem por que é que a maioria absoluta do PS caiu? Porque a instabilidade estava dentro de si própria".
Luís Montenegro dramatizou a escolha de domingo, defendendo que "vai ter reflexos nas próximas décadas", e pegou numa expressão utilizada pelo PS: "Nós temos mesmo de virar a página. Mas desta vez não é para simular a viragem da página para depois tudo continuar na mesma".
O presidente do PSD contestou a ideia de que os governos do PS "viraram a página da austeridade", interrogando: "Impostos máximos, serviços públicos mínimos, o que é que pode ser mais austero do que isto? Ter um rendimento por habitante que já não tem comparação a não ser mesmo nos últimos lugares da tabela da Europa, o que é que pode ser mais austero do que isto?".
Depois, pediu aos portugueses que "acreditem que é possível" Portugal "fazer muito mais", prometendo que com a coligação PSD/CDS-PP o país irá "criar mais riqueza" e assim se irá "garantir verdadeira igualdade de oportunidades, garantir bem-estar".
A AD quer "potenciar essa força" da sociedade, diminuir impostos e premiar o mérito, para incentivar o trabalho, para cada português "fazer um pouco mais".
"Se nós já fomos capazes de descobrir o mundo, vamos fazer o mundo descobrir Portugal", declarou.
A sua mensagem final foi de confiança na decisão dos portugueses: "Eu sei que vocês vão decidir bem, eu sei que nós vamos mudar Portugal e eu sei que vamos dar mais qualidade de vida a cada pessoa".
O presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, ausente em toda a campanha nacional da AD, também não esteve neste comício, que estava marcado para as 18h00 e começou com mais de uma hora de atraso.
Antes de Luís Montenegro, discursaram no palco do Campo Pequeno o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, e o autarca do PSD Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Campo Pequeno encheu-se de bandeiras do PSD, do CDS-PP da AD e de Portugal.
Cerca de 670 cadeiras foram dispostas na arena para apoiantes, a que se somam cerca de 2700 lugares nas bancadas, que foram enchendo até perto das 19h00, mas não ficaram totalmente ocupados.
[Notícia atualizada às 21h24]
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