Marcelo "desmentiu categoricamente" que preferia não ter Chega no Governo

André Ventura deixou claro que não irá aceitar "de ânimo leve" a indigitação de Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro, caso os votos dos emigrantes portugueses tragam novidades ao ato eleitoral, sendo que o seu objetivo é haver "um acordo" com a AD.

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© Presidência da República/ Miguel Figueiredo Lopes

Daniela Carrilho com Lusa
18/03/2024 18:14 ‧ 18/03/2024 por Daniela Carrilho com Lusa

Política

Presidente da República

Após terminada a reunião em Belém com o Presidente da República, o líder do Chega, André Ventura, destacou que Marcelo Rebelo de Sousa "desmentiu" não querer o Chega no Governo da República e admitiu aumentar o número de deputados, elegendo nos círculos da emigração.

"O Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente a informação de que teria preferência para que o Chega não estivesse no Governo", começou por dizer Ventura, em declarações aos jornalistas, sustentando que "não faria nenhum sentido, quem escolhe é o povo".

"Agradecemos-lhe a clareza em nome da direção do Chega e do Grupo Parlamentar, porque era importante que o país não vivesse numa mentira de que o chefe de Estado estaria a querer boicotar a presença do Chega no Governo", afirmou Ventura.

No que diz respeito aos votos dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro - que hoje começaram a ser contados - André Ventura destaca ter "dados" que indiciam "uma forte participação de apoiantes do Chega" quer na Europa, quer no círculo fora da Europa.

"Isso dá-nos a esperança de poder eleger também nos círculos da emigração, aumentando ainda mais os 48 deputados que já integram a bancada do Chega", explicou.

Ventura afirmou que transmitiu ainda a Marcelo Rebelo de Sousa que "até ao momento em que estamos não há ainda nenhum acordo nem nenhum entendimento com a Aliança Democrática, que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos" e, além disso, "o Chega jamais estaria na disposição para contribuir para qualquer maioria que integrasse o Partido Socialista a liderar o Governo" português.

Nesse sentido, caso o PS seja o partido mais votado e Pedro Nuno Santos seja indigitado como primeiro-ministro, "o Chega fará a oposição ativa e firme que tem feito até agora".

André Ventura garantiu ainda que "continuamos a fazer todo o esforço" para que possa haver "entendimento que dê estabilidade ao país".

Por fim, deixa claro que "mesmo que o PS vença estas eleições no final, a maioria do Parlamento já está entre o Chega e o PSD". Por isso, nesse cenário, "o Chega tudo fará para - mesmo o PS sendo o mais votado - apresentar uma alternativa à Presidência da República que englobe uma maioria no Parlamento", algo que "não depende apenas" do Chega.

Nesse sentido, indica que tentará "até ao fim chegar a um entendimento" com o PSD por forma a "evitar uma nova crise política".

"Se Luís Montenegro quer precipitar o país para eleições em sete meses ou oito meses é uma escolha que Luís Montenegro fará", disse, defendendo que, "se houver acordo de Governo haverá estabilidade, se não houver acordo de Governo, o PSD será responsável pela instabilidade que gerar".

De recordar que, na sequência das eleições para a Assembleia da República, realizadas a 10 de março, e tendo em conta os resultados provisórios anunciados pelo Ministério da Administração Interna, Marcelo Rebelo de Sousa ouve agora todos os partidos, sem prejuízo dos círculos que ainda falta apurar.

Falta ainda contabilizar os resultados dos dois círculos da emigração - da Europa e de Fora da Europa - que elegem cada um dois deputados, o que deve acontecer no mesmo dia em que será ouvida a AD.

Os votos dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro começaram hoje a ser contados em Lisboa, numa operação que se prolonga até quarta-feira, quando deverão ser conhecidos os quatro deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa.  

De acordo com os resultados provisórios, a AD, que concorreu no continente e nos Açores, obteve 1.757.879 votos, 28,63% do total, e elegeu 76 deputados.

Somando a estes resultados os três eleitos e 52.992 votos obtidos na Madeira por PSD e CDS-PP, que concorreram juntos nesta região, sem o PPM, dá um total de 1.810.871 votos, 29,49% do total, e 79 mandatos - 77 do PSD e 2 do CDS-PP. O PS obteve 1.759.937 votos, 28,66%, e elegeu 77 deputados.

O artigo 187.ª da Constituição da República Portuguesa estabelece que "o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".

Na noite eleitoral, o presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou ter a "expectativa fundada" de que o Presidente da República o indigite como primeiro-ministro para formar Governo, tendo em conta os resultados das legislativas antecipadas.

[Notícia atualizada às 19h35]

Leia Também: Marcelo continua a ouvir os partidos em Belém (e recebe hoje o Chega)

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