O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), Paulo Rangel, afirmou, esta terça-feira, não ter ficado "muito surpreendido" com as declarações que Pedro Nuno Santos fez após a reunião com o Presidente da República, em que diz estar disponível para viabilizar um orçamento retificativo da Aliança Democrática (AD).
"Não sabia que tipo de declaração seria feita hoje, mas está em linha com o que foi dito no dia da derrota. O PS assumia que tinha perdido as eleições, que apesar da complexidade do quadro parlamentar, entendia que a AD devia formar governo e que teria uma oposição responsável", começou por dizer Paulo Rangel, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
Nesse sentido, o também eurodeputado evidencia "algumas contradições evidentes", uma vez que "para umas coisas é responsável, para outras já não é".
"Sem saber qual vai ser o Orçamento do Estado, até acha que é praticamente impossível vir a aprová-lo. Enfim, apesar de tudo, é uma atitude que é respeitável", observa ainda Rangel.
Contudo, há outros temas que o "chocam", dando o exemplo da recontagem do tempo de serviço dos professores, da "grave injustiça e descriminação" do problema das forças de segurança - questões sempre 'chumbadas' pelo PS no Parlamento.
Paulo Rangel considera que o PS "tem responsabilidades" nos problemas no país, no que respeita à educação, saúde ou justiça, por exemplo, uma vez que "tiveram oito anos a votar [contra] no Parlamento".
"É melhor mudar de posição do que se manter numa posição errada mas, como é evidente, também a verdade é que não resolveram os problemas durante os oito anos. Daqui a pouco, de repente, parece até que Pedro Nuno Santos - que foi parte do Governo de Costa, que esteve no Parlamento e fez votos muito recentes contraditórios com que o que está aqui a dizer - é o campeão destas causas quando as combateu ou contribuiu para o agravamento destas situações", finaliza o social-democrata.
De recordar que o secretário-geral do Partido Socialista (PS) esteve reunido com o Presidente da República, no Palácio de Belém. No final do encontro, que durou cerca de duas horas, Pedro Nuno Santos abriu caminho a entendimentos, mas não sem traçar linhas vermelhas.
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