"O objetivo é mantermos sempre a nossa representação parlamentar, podermos dar continuidade ao trabalho e a tudo aquilo que temos vindo a fazer", salientou Mónica Freitas, considerando que os seis meses de legislatura foram importantes para o partido implementar medidas, uma vez que tinha um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS-PP, que não conseguiu a maioria absoluta nas regionais de setembro do ano passado.
A cabeça de lista elencou como medidas impulsionadas pelo PAN a implementação de uma taxa turística na região, o aumento dos apoios para a causa animal, assim como o assinalar do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres todos os anos no parlamento regional.
Mónica Freitas falava aos jornalistas à porta do Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, no Funchal, após a entrega da lista candidata do PAN às eleições legislativas regionais antecipadas, que tem Marco Gonçalves em segundo lugar e Válter Ramos em terceiro.
A também porta-voz do PAN/Madeira e deputada única do partido, eleita em setembro do ano passado, afirmou que a lista de candidatos é representada por uma "equipa coesa e renovada", com "espírito e vontade de continuar a trabalhar pelo bem-estar dos madeirenses e dos porto-santenses acima de tudo".
"É esse o nosso principal foco e, se conseguirmos aumentar esta representatividade e termos mais do que um deputado ou uma deputada na Assembleia Regional, muito melhor porque conseguimos fazer então um trabalho muito mais eficiente e eficaz", apontou.
Questionada se equaciona um novo acordo de incidência parlamentar com algum partido, Mónica Freitas disse que não é possível saber a composição parlamentar que sairá das eleições e que o foco do PAN é a campanha eleitoral, estar junto das pessoas, dando a conhecer o trabalho do partido.
Questionada sobre o acórdão do Plenário do Tribunal Constitucional, hoje tornado público, no qual é reafirmado que a suspensão do ex-porta-voz do PAN/Madeira, Joaquim Sousa, que entretanto se desfiliou, foi considerada ilegal, Mónica Freitas respondeu que "é uma pessoa que já não é filiada no partido" e que o foco do PAN está na preparação da campanha eleitoral e nos desafios que tem pela frente.
A porta-voz nacional do PAN, que também esteve presente na entrega da lista, acrescentou que esta decisão não tem nenhuma consequência, porque Joaquim Sousa já não é militante.
Inês de Sousa Real reforçou que o antigo porta-voz regional "tinha um processo disciplinar com vista à sua expulsão" e "inclusivamente ofendeu várias pessoas neste partido e não acompanha aquilo que são os valores do PAN".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de maio na sequência da crise política motivada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.
O Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro. O presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, pediu a demissão do cargo depois de ser constituído arguido no âmbito naquele processo e de o PAN lhe ter retirado a confiança política.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 24 de setembro do ano passado, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS obteve 11 mandatos, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN e BE elegeram um parlamentar cada.
A coligação PSD/CDS-PP ficou a um deputado da maioria absoluta e assinou um acordo de incidência parlamentar com o PAN, representado no parlamento regional pela deputada única Mónica Freitas.
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