PSD quer CDS "em plena forma". PS ouviu discurso "pouco entusiasmante"
O ministro e vice-presidente do PSD Paulo Rangel considerou positivo existir um CDS-PP "em plena forma" e o deputado do PS João Paulo Rebelo classificou o discurso de Nuno Melo no 31.º Congresso como "pouco entusiasmante".
© Lusa
Política Congresso
"Se há uma boa notícia sempre para o PSD é o CDS estar, digamos, em plena fora. E portanto obviamente que o CDS é diferente do PSD e ainda bem", salientou Paulo Rangel, no encerramento do 31.º Congresso do CDS-PP, em Viseu, na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros, mas também de vice-presidente do PSD.
Interrogado sobre o facto de o antigo líder do CDS Manuel Monteiro ter afirmado na reunião magna que o partido não deve pedir desculpa por ser contra o aborto, tema que gerou polémica na campanha eleitoral e levou o líder da Aliança Democrática (AD) a esclarecer que o tema não estava em cima da mesa, Rangel voltou a dizer que "isso não está em causa".
Já sobre as eleições europeias de junho, Rangel respondeu que "não tem ideia" de qual será a lista apresentada pela coligação que junta sociais-democratas e centristas, a Aliança Democrática (AD), e que pediu a Luís Montenegro para "não interferir" na decisão, uma vez que já foi eurodeputado.
Pelo PS, o deputado e secretário nacional João Paulo Rebelo saudou o CDS pelos seus 50 anos de existência e lembrou que durante vários anos o partido foi "um tampão ao surgimento de forças extremadas mais à direita", lamentando que tal não tenha acontecido recentemente.
O socialista apontou que o discurso de Nuno Melo "não foi particularmente entusiasmante" e em alguns aspetos um pouco vago, salientando que, "em contraponto ao CDS, o PS já tem resultados" governativos para apresentar.
Já sobre a iniciativa anunciada pelo presidente do CDS e ministro da Defesa Nacional de criar uma comissão para as comemorações do 25 de Novembro de 1975, o deputado respondeu que o PS reconhece que esta data teve "um papel importante" mas não a compara ao 25 de Abril de 1974.
Em representação do Chega, o deputado João Tilly desejou o crescimento do CDS mas "indo a jogo por si próprio e não às cavalitas de outro partido".
O parlamentar considerou que o CDS é "um partido histórico que faz muita falta à verdadeira direita portuguesa e mais ainda a Portugal" e rejeitou que o Chega seja um partido extremista, defendendo a tese de que à direita do seu partido se posicionam o ADN e o Ergue-te!.
Sobre a iniciativa de criar uma comissão para as comemorações do 25 de Novembro de 1975, Tilly manifestou concordância: "Se não fosse isso estávamos todos a fazer parte de um comité central numa república socialista não sei onde".
Pela Iniciativa Liberal, o membro da comissão executiva Pedro Pereira salientou que os liberais têm diferenças com os centristas sobretudo a nível social, apontando que vários dirigentes do CDS subscreveram nas últimas semanas "discussões públicas com o objetivo de repensar e inclusivamente regredir em questões de liberdade individuais".
A IL espera que o CDS "aproveite esta segunda vida para renascer e representar de novo uma direita conservadora mas democrática e moderada", espaço que "infelizmente tem sido ocupado por forças populistas e xenófobas".
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