O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, deixou, esta quarta-feira, uma palavra de apoio à provedora exonerada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, que foi acusada pela ministra do Trabalho e da Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, de se ter beneficiado a si própria.
"Um forte abraço para a Ana Jorge, ilustre e proba servidora da causa pública, com quem tive o privilégio de trabalhar enquanto ministro da Defesa, primeiro na reestruturação da Saúde Militar e depois na Cruz Vermelha Portuguesa", referiu Gomes Cravinho, que foi ministro da Defesa entre 2018 e 2022, na rede social X (antigo Twitter).
"Ninguém merece este tratamento, e muito menos ela", acrescentou.
Um forte abraço para a Ana Jorge, ilustre e proba servidora da causa pública, com quem tive o privilégio de trabalhar enquanto Ministro da Defesa, primeiro na restruturação da Saúde Militar e depois na Cruz Vermelha Portuguesa. Ninguem merece este tratamento, e muito menos ela.
— João Cravinho (@JoaoCravinho) May 8, 2024
No centro da polémica, recorde-se, estão declarações da ministra do Trabalho e da Segurança Social, que acusou Ana Jorge e os gestores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de se terem "beneficiado a si próprios".
"Os da mesa até foram aumentados. Estranhámos. (...) beneficiaram-se a si próprios, não, de todo, as pessoas que estão na operação", criticou a ministra, referindo que a maioria dos trabalhadores da Santa Casa ganha o salário mínimo.
Ana Jorge já negou "profundamente" as acusações e afirmou que "é preciso justificar qual o benefício próprio". Lembrou ainda que 2023 foi um período "de grandes reorganizações internas", nas quais foram encontradas "soluções para os trabalhadores, melhorando principalmente aqueles que têm ordenados mais baixos".
Ana Jorge tomou posse a 2 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
Depois da sua exoneração, a provedora escreveu uma carta a todos os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na qual acusava o Governo de a ter exonerado de "forma rude, sobranceira e caluniosa" e que foi apanhada de surpresa.
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