Promulgações? "Presidente muito bem sucedido em criar um facto político"

Segundo o socialista Sérgio Sousa Pinto, "se não tivesse sido criado artificialmente um certo suspense, isso não constituía notícia rigorosamente nenhuma" .

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Notícias ao Minuto
24/07/2024 08:44 ‧ 24/07/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Sousa Pinto

O socialista Sérgio Sousa Pinto comentou, na quarta-feira, a promulgação por parte do Presidente da República, de sete decretos do Parlamento sobre IRS, incluindo redução de taxas, IVA da eletricidade e eliminação de negligência, cinco dos quais aprovados pela oposição, com votos contra de PSD e CDS-PP. 

 

"O Presidente foi muito bem sucedido na sua operação de criar um facto político hoje. Como é evidente, o Presidente da República promulgar sete diplomas - alguns da iniciativa do Governo, outros dos partidos da oposição - é o que é natural. No entanto, nós estamos aqui a debater o resultado do previsível", frisou Sousa Pinto, em declarações no programa Crossfire, na CNN Portugal.

Segundo o socialista, "se não tivesse sido criado artificialmente um certo suspense, uma certa expectativa, em relação ao que viria a ser a decisão do Presidente que não a lógica, natural, que não carece de justificação, isso não constituía notícia rigorosamente nenhuma" .

No entanto, Sousa Pinto recorda que o "próprio Governo esclarece que a redução do IRS para os jovens justifica-se pela necessidade de impedir que eles saiam do país": "Os mais velhos têm de se manter submetidos ao nosso flagelo porque simplesmente têm menos Condições para fugir dele. Essa é que é a razão pela qual continuar a ser sobrecarregados com os impostos, pelas situações da sua vida, estão em melhores condições para sair do país e procurar ter um futuro viável fora de Portugal. É preciso mantê-los cá e essa é a justificação para a diminuição do IRS”.

Sobre isso, o socialista diz concordar com o facto dos jovens beneficiarem de um desagravamento fiscal, no entanto, não significa "porque é que os menos jovens não beneficiam igualmente, de uma forma significativa, de um desagravamento fiscal".

"Marcelo Rebelo de Sousa poderia, por exemplo, ter entendido, que o desagravamento fiscal dirigido exclusivamente para os mais jovens violava o princípio da igualdade, era uma razão que, em princípio, autorizaria o Presidente a suscitar uma intervenção do Tribunal Constitucional, no sentido de se pronunciar sobre esta matéria. É uma questão discutível, discutível", rematou.

Recorde-se que o Presidente da República promulgou, na terça-feira, sete decretos do Parlamento sobre IRS, incluindo redução de taxas, IVA da eletricidade e eliminação de portagens, cinco dos quais aprovados pela oposição, com votos contra de PSD e CDS-PP.

No entanto, a decisão de aprovar o diploma que baixa o IRS até ao 6.º escalão já fez correr tinta, dado que era espero que Marcelo Rebelo de Sousa não a deveria deixar passar por ser contra a medida.

Em causa poderá estar a ideia de criar um "clima favorável" à negociação do OE2025, que o chefe de Estado já tinha afirmado ser positivo.

Leia Também: Marcelo promulga 7 decretos da AR sobre redução de IRS, IVA e portagens

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