Ana Gomes comentou, este domingo, as medidas governativas apresentadas pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na 'rentrée' política do Partido Social Democrata (PSD), e acusou o governante de "mentir" quando afirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "estava melhor" do que no ano passado.
"De repente, o Governo, que dizia que não tinha dinheiro, que isto estava mal, que as contas públicas não estavam tão bem como o governo de Costa tinha deixado, tira da cartola 442 milhões para dar uma coisa pontual, sem justificação", disse sobre o apoio extraordinário às pensões mais baixas, no seu habitual espaço de comentário, na SIC Notícias.
A socialista considerou que esta medida pode ter influência na eventualidade de eleições legislativas antecipadas e até mesmo nas próximas eleições autárquicas, em 2025.
A ex-eurodeputada acusou também o primeiro-ministro de ter "mentido" ao afirmar que a "Saúde está melhor" do que no ano passado. "Montenegro, claramente, efabulou. Vou ser pouco diplomática: mentiu. Veio dizer que a Saúde está melhor, [mas] não está. Como ele disse, os portugueses não são estúpidos e veem muito bem que a Saúde não está melhor. Há muitos mais serviços de urgências fechadas", afirmou.
Além disso, frisou, "no tal programa de emergência para a Saúde, prometido por Montenegro na campanha eleitoral, das tais 50 e tal medidas, só duas é que saíram do papel".
Saúde, passe e pensões. O discurso (e anúncios) de Montenegro no Pontal
Luís Montenegro prometeu um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas, que irá variar entre os 100 e 200 euros - e que será pago em outubro -, novos cursos de Medicina e um passe ferroviário de 20 euros mensais que dará acesso a todos os comboios urbanos, regionais, interregionais e intercidades.
Carmen Guilherme | 21:14 - 14/08/2024Questionada sobre a possibilidade de um pacto entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Socialista (PS), a ex-candidata presidencial afirmou que tal só deveria existir "para soluções de estabilidade" e no Serviço Nacional de Saúde "o grande problema é a 'desgestão'".
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