Madeira. "Este incêndio demonstrou que é preciso fazer alguma coisa"
O PS/Madeira defendeu hoje ser "preciso fazer alguma coisa" em termos de prevenção e combate aos incêndios rurais no arquipélago e considerou que o Governo Regional estava "adormecido" face ao fogo que deflagrou quarta-feira na zona oeste da ilha.
© Global Imagens
Política Incêndios/Madeira
"Acho que não foi correta a postura do presidente do Governo Regional [o social-democrata Miguel Albuquerque], que lançou mais chamas para o incêndio quando veio acusar de 'abutres' ou de 'treinadores de bancada' aqueles que, como nós, com a nossa responsabilidade [...], chamámos a atenção para questões menos corretas que, na nossa opinião, estavam a acontecer", disse o presidente do PS regional.
Paulo Cafôfo falava aos jornalistas na freguesia da Serra de Água, no concelho da Ribeira Brava, uma das mais afetadas pelos incêndios, onde se deslocou para "contactar as populações" e manifestar o "apoio solidário" do partido às pessoas e forças envolvidas no combate.
"Este incêndio demonstrou que é preciso fazer alguma coisa, seja em termos de prevenção, seja em termos da própria resposta ao combate aos incêndios", disse, sublinhando que, apesar de os "episódios de incêndio" ao longo dos anos, as autoridades não têm agido como deviam ao nível do ordenamento território, diminuição de riscos e defesa da floresta.
Paulo Cafôfo considerou, no entanto, que este não é ainda o momento para apurar responsabilidades, mas reiterou a posição crítica do partido face à postura do Governo Regional, liderado pelo PSD.
"Tínhamos um incêndio ativo e um Governo adormecido", disse, adiantando que o PS, como maior partido da oposição madeirense, "irá ter uma intervenção", mais tarde, no sentido do apuramento de responsabilidades.
"Não podemos olhar só para quando está tudo a arder e os meios que são necessários para combater os incêndios", afirmou, acrescentando, no entanto, que considera "essencial" a cooperação do Governo da República na disponibilização de meios aéreos.
O incêndio rural deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho contíguo a este, Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos moradores já regressaram ou estão a regressar a casa.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de feridos ou de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
O fogo mobiliza perto de duas centenas de operacionais (inclusive do continente e dos Açores) e algumas dezenas de viaturas, além do meio aéreo do arquipélago, com as atenções centradas sobretudo nos concelhos da Ribeira Brava e da Ponta do Sol.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirma tratar-se de fogo posto, mas as causas ainda não foram divulgadas.
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