"É vital avaliar as responsabilidades políticas quanto a decisões que terão contribuído para o impacto significativo e a longa duração do fogo", defende o partido em comunicado.
O Livre anuncia também que vai propor "medidas de proteção da floresta, da paisagem e da biodiversidade da Região Autónoma da Madeira, como já tem feito, e reforçando a necessidade de prevenção e preparação do território baseada em evidência".
O partido "considera necessária uma análise exaustiva e independente à situação antes deste fogo, nomeadamente ao nível do ordenamento do território, práticas e comportamentos", focada nas "diferentes medidas de combate, em particular nas suas primeiras fases, de modo a que se perceba se um combate mais agressivo e o pedido de ajuda na fase inicial poderiam ter evitado este cenário".
Para o Livre, que não tem representação na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, é preciso ainda "um plano de recuperação área ardida e danos uma vez que se confirma que não só já ardeu Floresta da Laurissilva, como zonas da Rede Natura 2000 e do Parque Natural da Madeira".
O Livre mostrou-se também favorável à criação de um observatório técnico independente, sustentando que "pode fornecer indicações úteis" para evitar situações como esta.
E salientou igualmente "a importância de um sistema de saúde regional público que possa assegurar, agora, o mais importante: a saúde e bem-estar da população, sobretudo das pessoas mais vulneráveis".
Na nota divulgada hoje, o partido lamenta a destruição de "um património natural de valor inestimável, com gravíssimas consequências para as pessoas, para ecossistemas e espécies naturais endémicas e para a atividade agrícola e a segurança dos solos das áreas ardidas".
"O Livre expressa a sua solidariedade para com a população da Região Autónoma da Madeira, as pessoas afetadas pelo fogo, e todas as pessoas que têm combatido as chamas e procurará ser parte ativa da recuperação ambiental necessária, mas inevitavelmente difícil após estes incêndios devastadores", indica.
O partido saudou também "os meios de combate regionais, nacionais e europeus, no território madeirense ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (MEPC), pelo seu árduo trabalho, que conseguiu evitar perdas humanas e de habitações".
O incêndio que lavra na ilha da Madeira há dez dias regista uma frente ativa, a norte do Pico Ruivo, indicou hoje de manhã o presidente do Governo Regional, sublinhando que a situação está "mais calma".
O incêndio rural deflagrou em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos. O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
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