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"O PS parece o Velho do Restelo. Tem de dizer de que lado está"

Paulo Rangel defende que o PS "tem de dizer porque é que está contra as medidas socias que o Governo está a tomar" e não apenas "dizer mal". 

"O PS parece o Velho do Restelo. Tem de dizer de que lado está"
Notícias ao Minuto

23:02 - 27/08/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política PSD

Paulo Rangel, vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), considerou, esta terça-feira, que o Partido Socialista (PS) "parece o Velho do Restelo", mostrando-se "precipitado e incomodado" com as medidas que o Governo está a aprovar. Na mesma senda, desafiou Pedro Nuno Santos a esclarecer se é "a favor ou contra" as medidas sociais do Executivo, nomeadamente o suplemento extraordinário para os pensionistas.

 

No seu discurso no segundo jantar conferência da Universidade de Verão do PSD, o também ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro em exercício fez questão de se "exprimir" politicamente e atirou contra o PS. 

"Quando vi algum embaraço do Partido Socialista com a questão do suplemento para os pensionistas, mostrei-me estupefacto e, a dada altura, o líder do PS veio dizer que eu faltava à verdade e, mais, que eu, ainda por cima, não podia falar de política, estava proibido. O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros, naturalmente, tinha de usar enfim, um silenciador político", começou por dizer. 

"Mas eu estou aqui como vice-presidente do PSD e há uma coisa que eu queria que o PS dissesse: é a favor ou é contra o suplemento aos pensionistas? Tem de explicar. Não pode vir dizer 'bom não foi isso que eu disse. Não disse que era contra, mas não sou favor'. Então, são a favor ou são contra?", desafiou.

"O líder do PS, Pedro Nuno Santos, tem de dizer. Ele acha ou não que os pensionistas portugueses, havendo espaço para isso, podem ter aqui um alívio, ainda que ocasional, mas porque é possível, ou acha que é melhor que não haja de todo? Que diga o que faria então, em alternativa", insistiu Rangel.

Para o social-democrata, o PS "está a querer que não se faça uma ajuda aos pensionistas".

O mesmo, defendeu, parece repetir-se com a revisão das tabelas de retenção da fonte do IRS, já em 2024, decidida pelo Governo.

"Já ouvi os PS's [socialistas] muito incomodados. Mas, quer dizer, aliviar a carga dos portugueses, libertando verbas para que vivam melhor ou até para que possam investir, é algo que é negativo ou é positivo? O PS tem de dizer de que lado está. Se está do lado do Estado social e do apoio aos mais vulneráveis ou se está do lado daqueles que, numa posição muito estranha, estão sempre no bota abaixo", criticou.

Rangel frisou ainda que o Executivo deu também "um enorme impulso" aos jovens e, por isso, teria de "compensar as gerações mais velhas". 

"Não vejo também o PS muito entusiasmado com esta alavanca para os mais jovens", apontou. "O PS parece o Velho do Restelo, só que o Velho do Restelo era avisado. Estava enganado, mas era avisado. O PS parece apenas precipitado e incomodado", criticou o governante. 

O social-democrata frisou ainda que o partido "tem de dizer porque é que está contra as medidas socias que o Governo está a tomar" e não apenas "dizer mal".  "Pedro Nuno Santos tem de sair desta hesitação", sublinhou.

Rangel recordou que o PS estava "instalado há oito anos" no poder,  obteve entretanto uma maioria absoluta, mas, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, "não fez uma única reforma".

"São estes senhores que veem dizer a nós que não somos reformistas", questionou.

Paulo Rangel, criticou ainda o Chega ao "juntar" o tema do Orçamento do Estado com a imigração, e voltou a deixar críticas ao PS, principal partido da oposição.

"Eu vou dizer a esse partido (Chega), com mensagem para outro (PS), com quem ele de vez enquanto vota em conjunto no parlamento e que fazem aquilo que se chama de coligações negativas, vou dizer que, realmente, nós no PSD vemos com alguma similitude entre o tema da imigração e o tema do orçamento, embora não tenha um a ver com o outro", disse.

"É que nós definimos uma linha política clara para a imigração, não há portas escancaradas nem há portas fechadas, essa linha é a linha que temos também para o orçamento, não há portas fechadas, mas não há portas escancaradas, esta é a nossa doutrina", acrescentou.

Recorde-se que a Universidade de Verão do PSD arrancou, na segunda-feira, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, e decorre até domingo.

[Notícia atualizada às 23h49]

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