OE2025. "Verdadeira instabilidade política" em Portugal é da oposição
O presidente do PSD defendeu hoje que a "verdadeira instabilidade política" no país é na oposição e acusou os líderes do PS e do Chega de estarem "despeitados e desorientados" quanto às negociações do próximo Orçamento do Estado.
© Lusa
Política PSD
No encerramento da Universidade de Verão do PSD, iniciativa de formação de jovens que termina hoje em Castelo de Vide (Portalegre), Montenegro deixou ainda um aviso, baseado na sua convicção: "Este governo não precisa de eleições para governar ou se relegitimar. Temos o suficiente para cumprir o nosso programa, assim haja responsabilidade política em Portugal para não haver um bloqueio governativo".
"A minha convicção é que, neste momento, o país está com o Governo, aquilo que nós não sabemos é se a oposição vai estar com o país", disse.
Numa intervenção de cerca de 40 minutos, o primeiro-ministro defendeu que, "ao contrário do que muitos vaticinaram, Portugal não tem nenhuma instabilidade no Governo, em Portugal não há nenhuma instabilidade política tirando a da oposição".
"A verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos", disse.
O primeiro-ministro disse, por várias vezes, que as eleições só estão marcadas para daqui a quatro anos e devolveu as acusações de eleitoralismo à oposição: "Quem fala em eleitoralismo é alguém que está a contar ter eleições mais cedo, mas não somos nós", disse.
Em concreto sobre as negociações do Orçamento do Estado, Montenegro salientou que sempre esteve previsto que as negociações fossem retomadas em setembro, acusando PS e Chega de criarem "fantasmas" e manobras de distração, à volta deste tema.
"O líder do Chega sente-se despeitado porque viu uma notícia -- que por acaso não é verdade - e concluiu que durante agosto tinha havido negociações entre PS e PSD e, vai daí de uma forma imatura e precipitada, diz 'não quero ter nada a ver com o orçamento'", criticou.
Por outro lado, continuou, o líder do PS "sente-se despeitado porque durante o mês de agosto ninguém lhe disse nada", referindo-se à carta enviada pelo secretário-geral Pedro Nuno Santos a pedir mais informação sobre o quadro orçamental e cujas respostas os socialistas não consideraram satisfatórias.
"Pois não, não era isso que estava combinado. Estamos a 01 de setembro, estamos a tempo, em tempo e no tempo para falar com os partidos políticos e concluir a proposta de Orçamento do Estado. De onde vêm estes fantasmas, de onde vem tanta desorientação?", questionou.
O primeiro-ministro reiterou quais são as duas condições que o Governo coloca na negociação do documento.
"Não vou simular vontade de negociar, vou sentar-me e de uma forma responsável e leal colocar as questões em cima da mesa. Em segundo lugar, não nos vamos desviar da essência do nosso programa", frisou.
Montenegro acusou até PS e Chega de já terem introduzido as principais condicionantes no documento que o Governo terá de entregar no parlamento até 10 de outubro, e de que "agora aparentemente se querem desvincular".
"O Orçamento já está muito condicionado pelo conluio entre o PS e o Chega: vamos ter uma descida do IRS diferente do que o Governo queria e mais cara, abolição de portagens de uma forma que é injusta em si mesmo e descida do IVA da eletricidade", elencou.
[Notícia atualizada às 12h47]
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