O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva comentou, "a propósito das demissões no Hospital Garcia de Orta", em Almada, que "os demagogos estão em enormes dificuldades": "Disseram que bastava mudar o governo e apresentar um plano, para que tudo se resolvesse, e não só nada se resolve, como se agrava".
De seguida, "consultada a cartilha, os demagogos recorrem ao truque mais básico: deitar as culpas para outros e forçar quedas de outras cabeças, para não caírem as suas", escreveu Santos Silva nas redes sociais.
Lá, argumentou que "a culpa, querem fazer-nos crer, está exclusivamente em quem 'executa' - a direção do SNS ou do INEM, as administrações dos hospitais".
"Vai daí, se a situação vivida em Almada é insustentável, pois mande-se abaixo a administração do Garcia de Orta - e, cautelarmente, enfie-se na nova um socialista, para embaraçar o seu partido", continuou Santos Silva.
Para o antigo líder do Parlamento, "o mais curioso é que, sendo este truque mais velho do que o arroz de 15, há sempre um socialista disponível para abençoá-lo".
A direção executiva do Serviço Nacional de Saúde decidiu na terça-feira afastar a administração da ULSAS, que integra o Hospital Garcia de Orta (Almada) e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal.
Teresa Luciano será substituída por Jorge Seguro Sanches, ex-governante socialista que assumiu funções de secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, de 2019 a 2022, e de secretário de Estado da Energia, de 2015 a 2018, em governos liderados por António Costa.
A demissão da administração recebeu também críticas da presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, que considerou inaceitável a forma como o processo foi conduzido.
"Fui totalmente surpreendida. Consideramos inaceitável a forma como isto é anunciado", disse Inês de Medeiros em declarações à agência Lusa, manifestando-se solidária para com a presidente destituída.
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