A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs esta terça-feira a atribuição da pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento à comissária nomeada por Portugal, Maria Luís Albuquerque.
A escolha deixou o Bloco de Esquerda indignado, considerando que esta escolha é "um problema".
"Não podia ser pior. Quando achávamos que o conflito de interesses era um problema agora sabemos que é um enorme problema", afirmou Catarina Martins num vídeo gravado no Parlamento Europeu e partilhado na sua conta de X [antigo twitter].
Para a eurodeputada, esta escolha não deixa uma boa impressão de Von der Leyen pois "ela sabia disto e quis este resultado", sublinhou, referindo-se ao facto de a antiga ministra das Finanças portuguesa ter "tutelado o setor financeiro e depois foi trabalhar para o setor que tutelou".
"O Parlamento Europeu tem de travar esta candidatura", considerou ainda Catarina Martins, referindo que esta "é uma Comissão Europeia cheia de conflito de interesses, em que se servem grandes interesses financeiros e económicos e vê-se muito pouco para ser ir as populações", conclui.
Maria Luís Albuquerque a tutelar os serviços europeus? Sou só eu que vejo aqui um conflito de interesses?
— Catarina Martins (@catarina_mart) September 17, 2024
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Recorde-se que a proposta foi divulgada à imprensa após uma reunião na manhã de terça-feira com a Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu (estrutura que junta a líder da assembleia europeia e os responsáveis dos partidos políticos), na qual Ursula von der Leyen apresentou então a sua proposta do colégio de comissários no próximo ciclo institucional (2024-2029).
Nas declarações aos jornalistas, Ursula von der Leyen vincou que "Maria Albuquerque será excelente nessa pasta porque tem uma vasta experiência como ministra das Finanças, mas também uma enorme experiência no setor privado".
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