Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, defendeu que "não é aceitável" e "não é possível assistir a um conjunto determinado, voluntária, de emboscadas à polícia, motins, tentativas de pôr em causa a ordem pública de forma generalizada".
O líder liberal reagia aos desacatos registados, nos últimos dias, no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
Rui Rocha, questionado sobre se defende um reforço policial no país, respondeu afirmativamente e afirmou que Portugal "tem uma polícia que se dedica demasiado a questões administrativas, com poucos meios, com poucos recursos" e que "este é o momento do Estado decidir onde deve estar e aquilo que não deve fazer, porque há outros que fazem melhor".
O líder liberal apelou ainda a que o Estado "intervenha de forma decidida e reponha imediatamente a ordem", referindo que não pode "haver cidadãos condicionados nos seus direitos com sensação de insegurança como tem acontecido nas últimas horas".
"O meu desafio aqui é ao Governo que seja decidido, que seja incisivo e que reponha imediatamente a ordem", pediu.
O líder da IL disse ainda que "há demasiados abutres a pairar na política portuguesa" que "não estão a contribuir para a solução desta situação", concretizando que se referia ao Chega e ao Bloco de Esquerda, afirmando que é prática do partido de André Ventura dizer que os "polícias têm sempre razão" e que que os bloquistas têm a "prática de dizer que a polícia nunca tem razão".
"Eu uso com propriedade a designação. Abutres. Precisamos de mais ponderação, precisamos de um Estado mais rigoroso, precisamos de mais sentido de Estado em todas as matérias. Eu nunca vi um abutre a solucionar uma situação. Nunca vi. Os abutres alimentam-se do caos e da desordem. É natural, portanto, que promovam o caos e a desordem e não que os queiram solucionar", atirou.
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