Paula Santos rejeitou esse aviso de Mário Centeno e contrapôs que, ao longo dos últimos anos, têm sido invocados "vários os pretextos para não se resolver os problemas da vida das pessoas", designadamente ao nível dos salários, e "para não se fazer o investimento que é necessário para o desenvolvimento do nosso país".
A presidente da bancada do PCP apontou que os critérios da dívida e do défice "são imposições por parte da União Europeia que condicionam o desenvolvimento". E, em relação à advertência do governador do Banco de Portugal e antigo ministro socialista das Finanças, admitiu que "pode ser bem o pretexto para que o Governo não faça aquilo que tem que fazer no sentido de resolver os problemas na saúde ou na educação".
"Vamos ver se, a partir desse pretexto, não vão ser feitos cortes ao nível dos serviços públicos e não se resolvem problemas concretos", acentuou.
Para Paula Santos, a solução para os problemas no país, nomeadamente no que diz respeito às questões da dívida e do défice, "passa pelo crescimento económico, pelo investimento e pela aposta na produção nacional".
"O caminho não pode ser cortar nos serviços públicos, cortar nos salários ou nas pensões ou conter o aumento dos salários e das pensões. O caminho tem que ser, de facto, de investimento", acrescentou.
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