Divergências no BE levam 70 militantes de Portalegre a abandonar partido

Mais de 70 militantes do BE, entre os quais os responsáveis da comissão coordenadora distrital e das concelhias, demitiram-se do partido, por divergências com a direção nacional, foi hoje anunciado.

Notícia

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
18/02/2025 12:02 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

Em declarações à agência Lusa, o presidente demissionário da Comissão Coordenadora Distrital de Portalegre do BE, Higino Maroto, explicou que abandonaram o partido "73 militantes", num universo de "mais de duas centenas" de militantes.

 

"Mas desta duas centenas, para além dos 73 que se demitiram, há um conjunto grande que está na completa inatividade, são militantes que tiveram atividade mas que deixaram de ter ao longo do tempo", alertou.

A falta de apoios, os despedimentos que ocorreram no BE e divergências internas, foram alguns dos motivos que levaram à tomada desta posição, segundo Higino Maroto.

"Demitimo-nos pela forma como a direção tem vindo ao longo dos anos a tratar o partido no distrito, faltando o apoio, depois também as próprias divergências com a direção, no sentido de não concordarmos com a política que tem vindo a ser feita", disse.

 Higino Maroto reconhece ainda que está em causa naquela região alentejana a estratégia do partido para as eleições autárquicas deste ano.

"Nós temos vindo ao longo deste tempo a fazer as críticas à direção e, neste momento, chegamos a uma situação que é impossível continuar no partido", acrescentou.

As últimas derrotas do partido nas eleições e os despedimentos de funcionários do BE, têm vindo, de acordo com Higino Maroto a motivar também as críticas à direção.

Numa nota enviada à direção do BE, a que a Lusa teve acesso, o porta-voz dos aderentes demissionários de Portalegre e antigo coordenador distrital do partido, António Ricardo, lamenta ainda o caso dos despedimentos dos funcionários do partido.

"É com grande mágoa que assumimos a decisão de nos demitirmos de um partido que foi em tempos a esperança e uma referência em termos de ética e de moral política e que os últimos casos vindos a público sobre despedimentos das e dos, suas e seus funcionárias/os, nos veio acentuar mais a descrença no Bloco de Esquerda", lê-se na nota.

No documento, António Ricardo lamenta ainda que o partido tenha seguido um caminho que pauta pela "constante violação" da sua democracia interna, e pela "forma como tratou e lidou" com a estrutura do BE no distrito de Portalegre.

Para os demissionários, a direção nacional do BE considera que em Portalegre "não existe massa crítica" e, por esse motivo, "não valia a pena investir".

"Situação que tem sido comum em outros distritos do interior, a par do resvalar da sua política para caminhos da social-democracia, onde apenas o objetivo é o de assegurar lugares", acrescentam na nota.

Questionada pela Lusa, a direção do BE respondeu que "a desvinculação de um partido é um ato que obriga a uma comunicação individual" e "até ao momento" foram recebidas apenas "cinco comunicações de desvinculação do distrito de Portalegre".

[Notícia atualizada às 12h37]

Leia Também: BE vai votar contra eventual moção de censura apresentada pelo Chega

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas